A Armalgarve, Associação dos Armadores da Pesca do Polvo do Algarve, está preocupada com a falta de isco para a pesca do polvo e alerta, em comunicado, para o facto de “haver barcos que já deixaram de ir ao mar pela falta de isco”.
“O ano tem sido de extrema dificuldade para os armadores”, refere a associação, “a sardinha e a cavala apresentam descargas em lota insuficientes, o que afecta directamente a pesca do cerco e indirectamente a pesca do polvo”.
A Armalgarve revelou no documento dados que indicam que na semana de 25 a 29 de Julho a lota de Quarteira “apenas transaccionou 1.246 quilos de sardinha a um preço médio de 4.49 euros. Portimão registou 37.024 quilos de captura a um preço médio de 3.57 euros, enquanto Lagos e Sagres chegaram aos 26.796 quilos por 3.34 euros. Em Olhão as capturas desta espécie não chegaram aos mil quilos, fincando-se nos 809”.
Neste mesmo período a Lota onde se registou maior volume de cavala capturada foi a de Portimão, com 28.858 quilos com o peixe a valer 0.29 cêntimos por quilo. Em Quarteira apenas foram capturados 1.596 quilos desta espécie a um preço médio de 50 cêntimos.
Segundo a associação “só no Algarve são gastas diariamente cerca de 10 toneladas de isco, pelo que as descargas das últimas semanas não têm sido suficientes para fazer face à procura deste mercado”. “Um problema” que a associação garante que “coloca em risco a sustentabilidade de inúmeras famílias e da economia local”
A situação já foi comunicada ao Gabinete do Secretário de Estado das Pescas mas até à data a Armalgarve não recebeu qualquer resposta. Uma das soluções que a associação aponta para a resolução da situação é o uso de isco vivo, “que virá a suplantar a falta de outros tipos de isco”.