A Câmara de Loulé manifesta, em nota de pesar, “o seu mais profundo pesar pelo falecimento do Dr. João Barros Madeira, ontem dia 21 de janeiro de 2021, com 86 anos de idade”.
João Barros Madeira nasceu a 3 de agosto de 1934 em Loulé, filho de David Mendes Madeira e de Joana d’ Aragão Barros e licenciou-se em Medicina, em 1962, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
“Para além de ter sido um ilustre médico louletano, foi também Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Loulé em 1974-75, em pleno período revolucionário e no momento de transição para a democracia”, refere a autarquia louletana na nota.
No período em que foi estudante em Coimbra, “envolveu-se nas lutas estudantis tendo feito parte das listas que ganharam as eleições para a Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra em 1960 e 1961, encabeçadas, respetivamente, por Carlos Candal e José Lopes de Almeida”.
Barros Madeira foi também vice-presidente do Orfeão Académico e Presidente da Tuna Académica de Coimbra, organismos autónomos da Associação Académica e por onde passaram gerações e gerações de estudantes que depois se distinguiram nos mais variados setores de atividade da vida pública portuguesa.
João Barros Madeira tinha um timbre vocal e uma sonoridade que fizeram dele uma referência no fado de Coimbra, tendo gravado alguns discos de fado e baladas. São dele algumas das interpretações mais notáveis da canção coimbrã como “Senhora partem tão tristes”, “Fado da Ansiedade”, “Último Fado”, “Olhos Verdes” ou “Balada” (Adeus Adeus, vou partir).