Com o verão em pleno, muitas praias portuguesas enchem-se de turistas em busca de férias relaxantes. Além dos banhos de sol e mar, muitos aproveitam o areal para diversas atividades, incluindo construções na areia, especialmente os mais novos. No entanto, há um risco sério associado aos buracos escavados na areia, especialmente quando feitos em áreas secas. Saiba mais neste artigo com a colaboração da Visão.
“O desmoronamento de um buraco de areia seca é pouco frequente, mas constitui, no entanto, um risco importante nas atividades de lazer comuns. O risco deste acontecimento é muito enganador devido à sua associação a ambientes recreativos descontraídos e geralmente não considerados perigosos”, pode ler-se num estudo, publicado em 2007, citado pela Visão, que se dedicou a analisar a mortalidade associada a estes acidentes.
O estudo publicado no New England Journal of Medicine revela que, entre 1990 e 2007, ocorreram cinquenta e dois incidentes de desabamentos perigosos apenas nos Estados Unidos, com mais de metade desses incidentes resultando em fatalidades. Além disso, o estudo concluiu que é mais provável uma pessoa morrer por asfixia após um desabamento de areia do que por ataque de tubarão.
O mais recente caso de soterramento na areia resultou na morte de uma menina de sete anos em fevereiro deste ano, numa praia da Flórida, nos EUA. A criança estava a brincar na areia com o irmão quando ficou presa debaixo da areia após o colapso do buraco que estavam a cavar, que tinha cerca de um metro e meio de profundidade.
Embora não haja estatísticas que permitam observar a frequência desses incidentes em Portugal, em 2017, um jovem de 18 anos ficou soterrado na areia da praia da Nazaré, sendo posteriormente resgatado pelas autoridades marítimas. Esta situação foi posteriormente partilhada pela Associação de Nadadores Salvadores da Nazaré através do Facebook, como forma de alerta.
Por isso, é recomendado nunca cavar buracos mais fundos do que a altura do joelho da pessoa mais baixa do grupo. A Autoridade Marítima Nacional também aconselha a evitar outros comportamentos de risco, como mergulhar em zonas rochosas, fazer acrobacias na areia ou usar botes de borracha, colchões e bóias insufláveis longe da linha de água.
Se chegar ao ponto em que é necessário resgatar alguém preso em um buraco de areia, o processo torna-se bastante complexo, exigindo a remoção cuidadosa da areia enquanto os socorristas trabalham para alcançar a vítima. Além do risco de soterramento, os buracos profundos na praia podem causar ferimentos em pessoas que caminham pelo areal e até danificar veículos de socorro que operam na praia.
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