O açúcar é uma importante fonte de energia, mas os olhanenses preferiram juntar este ingrediente a mais uns quantos para formar o doce que no passado estava para os pescadores quase como uma barra de cereais está hoje para um atleta. Levavam-no quando iam para a pesca e servia de fonte energética. Atualmente, este doce tradicional encontra-se à venda em praticamente todo o Algarve, embora a sua origem nos remeta para a cidade de Olhão.
O Folar de Olhão foi eleito uma das 7 Maravilhas Doces de Portugal e é uma das iguarias mais famosas da cidade que lhe dá nome. Os figos cheios não receberam esta distinção, mas a sua história remete-nos para os tempos em que os pescadores levavam consigo algumas unidades deste doce para terem energia durante o seu trabalho. Para além do açúcar, os figos cheios de Olhão contêm também canela, chocolate, amêndoa e erva doce.
De acordo com site Produtos Tradicionais Portugueses, antigamente não havia a tradição de fabrico dos figos cheios em pastelarias, servindo estas apenas como intermediários entre os particulares que fabricavam os doces e o consumidor. De salientar que cada figo recheado pesa cerca de 40 gramas e os pescadores não os dispensavam, quer fossem pescar para o mar alto ou para junto da costa.
No que diz respeito à receita dos figos cheios, em primeiro lugar as amêndoas são escaldadas, peladas e moídas grosseiramente. De seguida junta-se o açúcar, a canela, o chocolate e a erva doce. Entretanto preparam-se os figos, puxando-lhes os pés para cima e dando um corte longitudinal. É assim que chega a hora de colocar o recheio dentro dos figos, sem nunca esquecer de tentar disfarçar o corte longitudinal. Por fim, os figos são levados ao forno para torrar e ficam prontos.
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