A maioria dos condutores aprende, logo nas primeiras aulas de condução, que ao estacionar, especialmente em terrenos inclinados, deve-se engrenar uma mudança. A lógica é simples: se o automóvel estiver numa subida, engata-se a primeira mudança; numa descida, a marcha-atrás. Este comportamento preventivo visa evitar surpresas desagradáveis, como o carro descer inadvertidamente, caso o travão de mão falhe. No entanto, há um detalhe importante que nem sempre é mencionado: esta prática pode ser prejudicial para o seu veículo.
De acordo com especialistas em mecânica, estacionar com uma mudança engrenada em declives acentuados pode resultar em danos a longo prazo. Num vídeo partilhado pelo jornal El Motor, citado pelo Notícias ao Minuto, um mecânico explica que, ao fazer isso, a transmissão acaba por suportar o peso do carro. Isto significa que os componentes internos da caixa de velocidades são colocados sob pressão adicional, o que pode causar desgaste prematuro.
Em particular, em declives mais íngremes, a força exercida pelo peso do veículo é transferida para a transmissão, o que, a longo prazo, pode comprometer o bom funcionamento do sistema. Embora possa parecer uma medida segura para evitar que o carro se mova, esta ação, repetida ao longo do tempo, pode acelerar o desgaste de peças fundamentais, levando a reparações dispendiosas.
Impactos em caso de colisão
Além do desgaste da transmissão, há outro risco importante a considerar: se o automóvel estiver estacionado e for atingido por outro veículo, o facto de a caixa de velocidades estar engrenada pode amplificar os danos. Quando uma mudança está engatada, a caixa de velocidades mantém-se ligada às rodas, o que pode resultar numa transmissão mais direta do impacto para os componentes internos, aumentando os estragos na caixa de velocidades.
Qual a solução ideal?
Para minimizar o risco de danos à transmissão, especialmente em inclinações acentuadas, os mecânicos recomendam o uso combinado do travão de mão e, se possível, de calços de rodas, dispositivos que evitam que o carro se mova. Estes são frequentemente usados em veículos pesados, mas podem ser uma solução prática também para automóveis ligeiros, em situações de estacionamento mais exigentes.
Outra sugestão é estacionar de forma a que as rodas dianteiras estejam viradas para o passeio (em subidas) ou para a berma (em descidas). Desta forma, caso o veículo se mova, a roda embate no passeio, criando uma barreira adicional.
Embora engrenar uma mudança ao estacionar seja uma prática habitual e recomendada, especialmente em terrenos inclinados, há riscos que não devem ser ignorados. O peso do carro pode causar desgaste acelerado na transmissão, e em caso de colisão, os danos podem ser mais graves. A melhor abordagem é utilizar o travão de mão de forma eficiente, associando outras medidas, como o uso de calços e o posicionamento correto das rodas, para garantir a segurança do veículo sem comprometer a sua mecânica a longo prazo.
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