A “vila cubista” é hoje uma cidade e continua, tal como antigamente, a ser terra de pescadores. Quem vive nesta cidade, para ir até à praia precisa de apanhar um barco, uma vez que os areais mais próximos estão nas ilhas da Armona e Culatra. Ali as casas têm forma de cubo e, por mais que se diga que foram os árabes quem as construiu, a verdade é que praticamente todos os edifícios que ali se erguem são da autoria de europeus.
Em Olhão, os edifícios parecem cubos sobrepostos uns em cima dos outros. Uma casa rés-do-chão pode chegar a ter mais duas ou três construções por cima, sempre em forma de degrau. No entanto, a construção acima fica sempre ligeiramente mais atrás da que está em baixo para que possam existir terraços. O azul e o branco são as cores que predominam na cidade.
Naquela que é conhecida como a “vila cubista”, os terraços das casas são apelidados de açoteias e não eram considerados espaços de lazer. Tal deve-se ao facto de aquele espaço ser utilizado para colocar os figos e as amêndoas a secar, assim como para observar o mar para saber se o barco podia sair para a pesca.
Embora Olhão tenha sido ocupada pelos mouros entre os séculos VIII e XIII e as casas tenham arquitetura islâmica, avança o site Olhão Cubista que quase todas elas foram construídas por europeus. Ainda assim, as casas foram construídas segundo o modelo dos muçulmanos, dado que os contactos comerciais e a emigração para Marrocos fizeram com que muitos olhanenses se inspirassem nas casas do norte de África para construírem as suas.
Leia também: Conheça esta praia fluvial que é considerada “tesouro bem guardado”