Desde as 7 horas da manhã de hoje que a Escócia decide pelo voto em referendo o destino do Reino Unido tal como o conhecemos actualmente e cujo nome oficial é Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda Norte.
Constituído pela Grã-Bretanha (Inglaterra, País de Gales e Escócia) e pela Irlanda do Norte, integrada em 1801, o actual Reino Unido data de 1922, momento em que depois da secessão irlandesa sobrou para a coroa apenas parte da ilha da Irlanda, tendo o remanescente formado a República da Irlanda.
A Escócia integra o Reino Unido desde 1707, e os seus 4,3 milhões de eleitores votam hoje se querem permanecer dentro do Reino Unido ou não. Recorde-se que apesar de serem países as partes integrantes do Reino Unido não são Estados soberanos.
As autoridades estimam que se registaram 97 por cento das pessoas com direito a votar – residentes maiores de 16 anos, cidadãos da União Europeia e dos países da Commonwealth -, o que reflecte o interesse nesta consulta popular.
As sondagens mostraram nas últimas análises feitas ao eleitorado uma enorme divisão entre os escoceses em matéria de referendo o que deixa tudo em aberto para a resolução da questão na votação de hoje.
Desde o primeiro quartel do século xx que o Reino Unido não se debate com uma questão tão séria em termos de unidade e o Governo de Sua Majestade, liderado por David Cameron, parece ter acordado tarde de mais para a seriedade da situação.
O referendo de hoje na Escócia abre uma verdadeira caixa de pandora na Europa com vários problemas de autonomia de territórios em vários países, que vêem nesta votação um sobre-legitimidade às suas pretensões.
A Escócia e o seu poder
A Escócia não é um país de somenos importância e constitui para o Reino Unido um elemento fundamental em três matérias primordiais, área territorial, energia e indústria.
Com 78,772 quilómetros quadrados situados no norte da Grã-Bertanha, a Escócia tem um peso preponderante do ponto de vista territorial dentro do Reino Unido e é a residência de mais de 5,3 milhões de almas.
A somar a este quadro estão as áreas de mar territorial, zona económica exclusiva e plataforma continental da Escócia, fundamentais para todo o Reino Unido, nomeadamente por serem a casa da maior reserva de petróleo da Europa. A Escócia é responsável pela parte de leão do fornecimento de energia ao Reino Unido, o que faz deste país, por si só, uma potência em termos europeus.
Por fim a Escócia apresenta uma marcada tendência industrial. Muito embora não tão marcada como noutros tempos em que foi a maior potência industrial do velho continente, a Escócia é ainda hoje um potentado industrial do Reino Unido.