Os trabalhadores europeus estão, cada vez mais, a priorizar o seu tempo livre e em família, em detrimento de salários mais elevados que podem conseguir com jornadas de trabalho a tempo inteiro.
Esta opção faz com que muitos países da União Europeia, sobretudo os mais ricos, estejam com falta de mão-de-obra e isso tem colocado sérios desafios ao mercado de trabalho europeu. No entanto, verificam-se, ao mesmo tempo, níveis recordes de emprego. Como isso é possível?
De acordo com os dados do Eurostat, citados pelo Executive Digest, a média de horas de trabalho tem encurtado e as ofertas de trabalho a tempo parcial têm aumentado. Países como Alemanha, Países Baixos ou Áustria, segundo o DW, já começaram mesmo a tornar as horas extra mais atrativas, com medidas como creches, uma política fiscal mais favorável e horários laborais mais flexíveis, mas, ainda assim, os trabalhadores preferem ter mais tempo livre.
Nos países cima mencionados, assim como na Suíça, cerca de um terço dos trabalhadores já exercem funções a tempo parcial, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, menos de um em cada cinco trabalhadores fazem menos de 35 horas semanais.
Maartje Lak-Korsten, diretora da escola De Kleine Nicolaas, em Amesterdão, revela que muitos dos profissionais de ensino querem trabalhar apenas 4 dias por semana, sendo o setor da educação, mas também o da enfermagem, os mais afetados por esta opção de redução da jornada laboral.
Nestes países europeus “mais ricos”, como os Países Baixos, onde é possível os trabalhadores se darem a estes “luxos”, está a popularizar-se muito o “salário 1,5”. Isto significa que num agregado familiar existe um adulto a trabalhar a tempo inteiro e outro a tempo parcial.
Os governos desses países têm agora em mãos um grande desafio para conseguirem manter os níveis de produtividade.
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