Nota introdutória:
Aproximam-se as eleições autárquicas e sinto a necessidade de reescrever algo sobre “cultura política”, por considerar a existência de um certo défice na nossa sociedade.
O homem é um animal, naturalmente, político já dizia Aristóteles, uma vez que o mesmo vive em sociedade e com ela interage, na sua dinâmica e problemática.
Lembro-me bem na Educação e Ensino, terem sido leccionadas disciplinas sobre Política mas que continham conteúdos temáticos interligados com princípio, meio e fim. Aliás, tenho essa experiência profissional por as ter, também, leccionado…
Neste momento, uma boa parte destes conteúdos curriculares, foram reduzidos e estão desarticulados, face à sua adequação aos diversos níveis etários dos alunos e aos respectivos cursos.
Por conseguinte, não nos admiremos haver nos nossos dias quem não saiba por exemplo, o que é uma democracia, uma ditadura, ou ainda o que é uma política de esquerda, direita, centro, radicalismo e até mesmo o significado dos seus partidos políticos, o que os mesmos defendem, etc.
Sem dúvida que é grande a “diversidade” de conceitos, princípios ou ideias, na forma como, porventura, são abordados nos nossos dias, sendo por Isso, até geradores de alguma confusão.
A dinâmica no âmbito dos partidos políticos e de outros agentes da vida política activa nos diversos organismos, já começou a enfermar pelos efeitos da existência da dita “ignorância política” e até mesmo cultural. Com certeza que haverá, felizmente, excepções!
Temos assistido no espaço pós 25 de Abril, a alguma provável “asneirada” feita no trajecto da democracia, por atitudes de hipocrisia, egoísmo, demagogia e quiçá alguma incompetência subjacente, conduzindo cada vez mais a acção política ao descrédito.
Há no entanto a considerar certos momentos, pessoas e espaços de excepção é claro!
“Sente-se” no seio da política activa, a presença de interesses pessoais ou de grupos cooperativos restritos e de forma organizada em que os partidos políticos, infelizmente, com tudo isso, vão-se descaracterizando e esvaziando dos seus princípios orientadores.
Tem-se feito da Política dita democrática e representativa como que um trampolim para certo tipo de objectivos e obtenção pura e, simplesmente, de “óptimos empregos”, reformas, privilégios, etc mas que no entanto, estão em contradição com o que acontece no seio da generalidade da nossa sociedade (contribuinte e votante).
Quanto ao conhecimento que se tem acerca de alguma política exercida, há quem nem sequer seja conhecedor dos princípios que regem os partidos que representam e militam.
Como tal tem havido “atropelos, rasteiras, empurrões, oportunismos, no intuito de se alcançarem finalidades pessoais, familiares, etc, etc.
Depois em defesa dos seus representados, é coisa que parece ser secundária e chegada, normalmente, com um algum “atraso e de forma incompleta”.
É um corrupio nos corredores de acesso, o movimento entre candidatos (que são praticamente os mesmos), havendo alguma rotatividade entre “pelouros” existentes…e o resto é papel de música.
Quanto ao movimento de candidaturas independentes é aquilo que já se sabe como sendo um caso pouco esclarecido, democraticamente, e um tema longo para ser abordado, neste contexto temático.
Afinal o que vem a ser tudo isto? Que haja alguém que explique porque se calhar eu próprio terei alguma dificuldade para entender, este tipo de filosofia política “baratucha”.
Fico no entanto expectante e curioso mas sempre disponível com a minha modéstia, nem que seja, particularmente, para dar umas “achegas” sobre ética e cultura política, se necessário for…
É evidente que com a sapiência denotada por certos “jogadores da política do futebol rasteiro”, os mesmos ficarão dispensados e não necessitarão de apresentação de diplomas ou certificados de experiência de vida e de outras coisas mais, pois reflicto eu é claro!…
Eleições autárquicas à vista
“Temos assistido no espaço pós 25 de Abril, a alguma provável ‘asneirada’ feita no trajecto da democracia, por atitudes de hipocrisia, egoísmo, demagogia e quiçá alguma incompetência subjacente, conduzindo cada vez mais a acção política ao descrédito”