A economia do Algarve – nomeadamente na área do turismo e das actividades a ele associadas – evoluiu positivamente nos primeiros oito meses do ano e “tudo indica que assim se irá manter até final do ano”, estima a Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA).
Os sinais são mais evidentes no turismo (aumento de turistas nacionais e estrangeiros, forte crescimento do aeroporto, aumento de dormidas, proveitos e receitas e dinamismo na restauração, entre outros factores) mas são reais também noutros sectores como o comércio, os transportes, os serviços, a imobiliária e no consumo das produções regionais provenientes da terra e do mar.
Contudo, os resultados “globalmente positivos” na economia da região não são homogéneos. Variam de sector para sector e até de zona para zona. A taxa de desemprego diminuiu mas foram vários os sectores que sentiram falta de mão-de-obra.
“O NERA não pode deixar de se congratular com este quadro positivo, em grande parte resultado do esforço dos empresários, mas apela para a responsabilidade e o bom senso, evitando euforias, pois nada disto caiu do céu e nada disto está seguro. Para garantir a sua continuidade vai ser preciso manter o esforço, muito trabalho e inteligência”, pode ler-se no comunicado de Vítor Neto, presidente da direcção do NERA, enviado às redacções, que acrescenta que este é um interesse não só do Algarve mas de todo o país.
“Este ano, a confirmarem-se as tendências do 1º semestre, as receitas externas do Turismo (exportações) poderão aumentar cerca de mil milhões de euros, ultrapassando, no final do ano, os 12,5 mil milhões de euros, reconfirmando o turismo como o primeiro sector exportador de bens e serviços do país. O Algarve deve ser responsável por cerca de metade desse valor”, continua.
O NERA propõe aos empresários, instituições e forças sociais da região interessadas na economia e no emprego, uma reflexão regional “séria” sobre as causas da “evolução positiva” do ano, nos principais sectores, “a começar pelo turismo”.
Vítor Neto diz que “seria um grande erro” pensar que o turismo algarvio irá continuar a beneficiar das crises de destinos concorrentes. “Com ritmos diferentes, todos eles irão tentar recuperar. E têm atrás de si poderosos interesses a apoiá-los”, refere.
O presidente da direcção do NERA lembra que “não basta falar de «melhores anos de sempre»” e que “é preciso localizar as origens dos crescimentos”, se a região do Algarve quer “cativar e consolidar os novos clientes”.
A associação alerta: “não bastam as análises «nacionais» que «esquecem» sistematicamente a especificidade do Algarve e diluem – por razões políticas – o seu peso no quadro nacional”.
Vítor Neto afirma que para consolidar os crescimentos do turismo e do conjunto da economia da região, o momento exige “realismo e objectividade”.
O NERA considera que é responsabilidade de todos os algarvios contribuir para um conhecimento “correcto” e uma imagem “verdadeira e realista” do turismo e de toda a economia da região.