O artigo que publiquei aqui sob o título “TERTÚLIA DE ANIMAIS FALANTES”, também foi publicado, posteriormente, em vários grupos no faceboock de forma a chegar a um vasto público.
Tenho publicado e tenho visto publicados textos, fotografias, coisas sem nexo e muitas outras coisas banais que têm recebido imensos “gosto” e comentários de toda a ordem. Contudo, quando se publica algum texto com conteúdo social ou político quase ninguém percebe o que a mensagem significa, outras vezes confundem a mensagem com o mensageiro.
A iliteracia é assustadora. A grande maioria sabe juntar as letras mas não sabe interpretar o que lá está escrito a menos que seja futebol ou as tricas das telenovelas, é triste mas é o resultado do trabalho dos diferentes ministros da educação desde os anos 30 do século passado. No princípio do século XX terá havido quem defendesse que o povo não precisava de saber ler e escrever porque bastava haver uma pequena elite literata para governar o país. Durante o Estado Novo foi o que foi.
Depois do 25 de Abril têm andado a apanhar bonés, ou talvez não! Não interessa que o Povo saiba muito, apenas o suficiente para dizer que não é analfabeto. A “TERTÚLIA DE ANIMAIS FALANTES” foi escrita para atingir dezenas de milhar de potenciais leitores de todos os extratos sociais. Nos comentários nota-se que alguns dos seus autores não souberam interpretar o que leram, independentemente da ortografia e da gramática dos comentários e de concordarem ou não.
Creio que a escolaridade obrigatória é só para fingir. Os programas disciplinares enormes só servem para os jovens não se concentrarem no que é importante. Muitas vezes as passagens quase administrativas facilitam o desinteresse dos alunos. Os alunos não são encaminhados para a área de que gostam, são obrigados a estudar tudo. Um bom mecânico seria decerto um mau advogado. Temos inteligências diferentes.
A péssima condição de vida dos professores mais novos condu-los a não se preocuparem com as aprendizagens dos alunos. Para quê preocuparem-se se não têm progressão na carreira e todos os anos dão-lhe quarenta e oito horas para se apresentarem a centenas de quilómetros de casa, sem poderem viver com a família. Isto não acontece por acaso!
Se o Povo souber ler e interpretar também sabe exigir. Isso não interessa à “clareira da tertúlia”. Os “animais da tertúlia” controlam tudo.
A ignorância reproduz-se e prolifera.
Um texto iminentemente político foi interpretado simplesmente como um conto para crianças.
É uma tristeza!