A grave situação epidémica que umas vezes acalma, outras alastra assustadoramente na nossa comunidade, devido a surtos, resultantes, umas vezes, talvez de má sorte, mas outras de clara irresponsabilidade e falta de rigor em lares, ginásios, festas e eventos desproporcionados e ao arrepio das normas aconselhadas.
Como vínhamos alertando já desde Dezembro, a criação do Serviço Municipal de Proteção Civil veio permitir coordenar a ação integrada e pôr termo às acusações de uns contra outros, desde as críticas à polícia por não atuar, à afirmação de que os fiscais municipais nem a zona do Mercado procuravam controlar. Este esforço deu resultado e Tavira passou a ser de novo uma zona segura.
De novo ocorrem surtos que põem em causa a nossa segurança, bem-estar e economia.
Diariamente, umas centenas de pessoas deslocam-se para trabalhar ou estudar para Faro, Olhão e VRSA; todos os dias chegam mais emigrantes para trabalhar na agricultura industrial-bancária sem controlo e centenas vivem em Tavira e Luz de Tavira sem qualquer controlo. Se um cidadão espanhol, ao chegar de avião precisa mostrar um teste PCR, se vier de carro almoçar ou comprar no Centro Comercial em Tavira, está totalmente à vontade.
Se é importante continuar a manter a vigilância anterior, a natureza dos novos surtos exige a criação de equipas na rua, brigadas compostas por elementos da autoridade policial e da saúde, mas também da ASAE e ACT que, em dedicação exclusiva, testem à chegada dos comboios na hora de ponta; percorram as grandes explorações agrícolas para realizar a despistagem de casos positivos do vírus e inspecionar as condições de habitabilidade e convívio dos trabalhadores; visitem aleatoriamente os restaurantes, reforçando a autoridade dos proprietários no cumprimento das normas.
A nossa preocupação parte da convicção de que quanto mais cedo detectarmos eventuais casos de contágio, melhores resultados poderemos obter. Queremos deste modo contribuir para o bem-estar e a saúde da população do concelho, mas também contribuir para que a nossa economia não seja de novo obrigada a parar por falta de liderança das autoridades municipais.