O Ministério Público anunciou a detenção de duas fiscais de obras da Câmara de Olhão por suspeitas de prática do crime de corrupção passiva para acto ilícito.
Durante ontem, quarta-feira, realizaram-se buscas domiciliárias e nas instalações da autarquia de Olhão para recolha de elementos de prova e até sexta-feira as detidas serão interrogadas pelo juiz de instrução criminal para aplicação de medidas de coacção, refere o comunicado do Ministério Público.
Um comunicado entretanto divulgado pela Polícia Judiciária dá conta de que numa operação denominada “Extranumerário” foram realizadas “buscas domiciliárias e em instalações de um município na região do Algarve”, das quais resultaram as detenções de duas mulheres de 41 e 54 anos.
As detidas, “recorrendo à sua qualidade profissional, recebiam quantias monetárias de terceiros para a prática de actos contrários aos seus deveres funcionais”, explica a polícia.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Olhão, António Miguel Pina, disse não ter conhecimento do teor das acusações que recaem sobre as duas funcionárias e referiu desconhecer a origem da queixa.
Esta não é a primeira vez que o Ministério Público recebe queixas relativas aos serviços daquela câmara, normalmente enviadas por “dois ou três indivíduos com conotação política”, explicou António Miguel Pina, sublinhando que, até agora, têm sido “sistematicamente” arquivadas.
“Espero que as provas sejam cabais”, referiu, sublinhando a importância de combater a corrupção nos serviços públicos e a punição dos corruptos.
De acordo com o comunicado emitido pelo Ministério Público, a investigação conta com a colaboração da Polícia Judiciária e o inquérito está sujeito a segredo de justiça.
(Agência Lusa)