Foi em Vila Real de Santo António que o episódio ocorreu. O percurso de uma prova de corrida com 454 atletas incluía o atravessamento de uma passagem de nível em Vila Real de Santo António, no Algarve. A prova não foi comunicada ao maquinista e os atletas, assim como os carros da organização, atravessaram a linha ferroviária enquanto as cancelas estavam em baixo devido à aproximação de um comboio.
Dois PSP evitaram a tragédia ao correrem pela linha enquanto faziam sinais com os braços para alertar o maquinista, que conseguiu fazer uma travagem de emergência, imobilizando o comboio a 186 metros da passagem de nível. Os atletas conseguiram atravessar a linha em segurança e o comboio teve de aguardar quatro minutos até à passagem do último corredor. A prova de atletismo estava ainda no início, daí estarem envolvidos neste caso tantos atletas.
O episódio passado no Algarve remete-nos para o dia 6 de novembro de 2022, contudo, só recentemente terminou a investigação levada a cabo pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Ferroviários, segundo noticiou o Correio da Manhã na edição em papel da última segunda-feira.
O Correio da Manhã teve acesso ao relatório, que concluiu que “o incidente teve como causa imediata a ultrapassagem dos sinais de paragem ativos e da barreira descida da passagem de nível pelos participantes na prova desportiva”. Para além disso, os investigadores clarificam que a ação dos dois polícias foi eficaz apenas por “razões circunstanciais”, tanto que estes não atuaram de “modo adequado e conforme com os requisitos da gestão da segurança ferroviária”.
Um outro fator que contribuiu para que o comboio conseguisse parar a tempo foi o facto de estar ainda a uma baixa velocidade, 36 km/h. “Bastava, por exemplo, que o comboio viesse em sentido contrário, a dar entrada na estação em vez de estar a partir dali, para que o maquinista se deparasse com o atravessamento indevido de um grande número de pessoas e de veículos, sendo as consequências imprevisíveis”, refere ainda o relatório.
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