A Direcção-Geral de Saúde (DGS) avisou ontem as administrações regionais de saúde portuguesas para terem especial atenção à possibilidade de surgimento de casos de infecção pelo vírus Ébola, avançou a Agência Lusa citando a subdiretora-geral de Saúde, Graça Freitas.
Na origem do alerta da DGS está um surto da doença que atinge a Libéria e a Guiné Conacri, em África.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMA), “o Ministro da Saúde da Guiné Conacri notificou a organização sobre um surto de ébola de rápida evolução nas áreas florestais do sudeste do país”.
Até ontem, refere a OMS, as autoridades da Guiné Conacri comunicaram 86 casos de infecção com 59 mortes, num rácio de mortalidade que se cifra em 68,5%. Dois dias antes (22/3), os números registavam 49 casos e 29 mortes, num rácio de mortalidade de 59%, revelam os dados da OMS.
Libéria e Serra Leoa sob investigação
A Libéria, onde já foram detectados casos suspeitos, e a Serra Leoa têm já sob investigação as províncias de fronteira com a Guiné Conacri.
Com aquele país fazem ainda fronteira a Costa do Marfim e o Mali – mais perto da zona afectada pelo surto – e a Guiné Bissau e o Senegal, a norte e mais afastados do centro do surto viral.
O que é o Ébola
O vírus ébola provoca uma febre hemorrágica e é um das mais virulentas doenças virais conhecidas, tendo sido identificada pela primeira vez na actual República Democrática do Congo (antigo Zaire) e no Sudão em 1976.
Das estirpes do vírus conhecidas, as identificadas no antigo Zaire e no Sudão são as mais mortais com as taxas de mortalidade a variarem entre os 25 e os 90% dos casos identificados.
A infecção transmite-se por contacto directo com sangue, fluídos corporais e tecidos de doentes infectados, bem como, através do contacto com animais selvagens mortos e infectados.
Sem cura conhecida o tratamento dispensado aos doentes é de suporte face aos sintomas desenvolvidos pelo paciente.