A Unidade de Ação Fiscal da GNR, através do Destacamento de Ação Fiscal de Faro, desencadeou esta terça-feira, 25 junho, na zona de Loulé, uma operação policial que resultou na detenção de 13 indivíduos, dos quais 12 homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 30 e os 65 anos, de nacionalidades Polaca, Ucraniana, Romena, Russa e Portuguesa, e na apreensão de tabaco suficiente para introduzir no consumo cerca de 46 milhões de cigarros.
No âmbito de um inquérito, que decorre há cerca de meio ano e que tem por objeto a investigação de uma organização criminosa internacional, que se dedica à produção e comercialização fraudulenta de tabaco, a Guarda Nacional Republicana levou a efeito esta operação com “o objetivo de proceder ao desmantelamento de uma fábrica ilegal de manufaturação de cigarros em larga escala, levando à detenção dos suspeitos responsáveis pela sua operacionalização”, explica a GNR em comunicado de imprensa.
Para o efeito, foi dado “cumprimento a 14 mandados, dos quais cinco de detenção, sete de busca domiciliária, um de busca à fábrica de manufaturação ilícita de tabaco e um de busca ao armazém utilizado para o depósito da produção ilícita”.
Apreendidas cerca de 15 milhões e 600 mil cigarros produzidos na fábrica
No âmbito da operação as autoridades apreenderam cerca de 15 milhões e 600 mil cigarros produzidos na fábrica, cerca de 17 toneladas de folha de tabaco (daria para produzir cerca de 16 milhões e 800 mil cigarros), cerca de 14 toneladas de tabaco triturado (daria para produzir 13 milhões 750 mil cigarros), cinco Máquinas utilizadas na trituração de folha de tabaco, manufatura e acondicionamento do tabaco ilicitamente produzido, matérias-primas diversas utilizadas na produção ilícita, como filtros, colas, boquilhas, tubos para cigarros, cartão de maços, celofane, papel de tabaco e caixas para embalar tabaco; seis viaturas ligeiras e uma arma de fogo.
A GNR estima que “a fraude e evasão fiscal, gerada pela produção e comercialização do tabaco produzido na referida fábrica, que tinha como destino o Território Nacional e países da União Europeia, seja de montante superior a 9 milhões e 600 mil euros”.
Esta operação, inédita em Portugal, que culminou com o desmantelamento da primeira infraestrutura de produção massificada de cigarros em Território Nacional, contou com o apoio e patrocínio da EUROPOL e com a colaboração da Polish Border Guard e da Polish Police. Envolveu o empenhamento de 100 militares, da Unidade de Ação Fiscal, da Unidade de Intervenção e dos Comandos Territoriais de Beja, Évora, Faro, Portalegre e Santarém. Foram ainda constituídos dois arguidos de nacionalidade Grega, com 37 e 60 anos, suspeitos de integrarem este grupo criminoso. Um dos detidos tinha um alerta internacional para efeitos de detenção e entrega ou extradição, através do sistema Schengen.
Os detidos foram presentes hoje, 26 de junho, pelas 10 horas, no Tribunal de Faro, para 1.º interrogatório judicial e para aplicação de medidas de coação.
(CM)