O presidente da Região de Turismo do Algarve discursou na Bolsa de Turismo de Lisboa com o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, a assistir às palavras do homem ao leme da mais importante região turística do país.
A oportunidade não foi perdida e Desidério Silva mostrou os números de um Algarve absolutamente vencedor no campeonato nacional do sector do turismo.
2016 Um ano de recordes
A região bateu recordes atrás de recordes em 2016 e o responsável regional foi à Feira Internacional de Lisboa dar conta disso mesmo: mais de quatro milhões de hóspedes, mais de 18 milhões de dormidas, mais de 900 milhões de proveitos e mais de 46,7 euros de receita por quarto disponível.
Com estes resultados, o Algarve alcança os melhores indicadores turísticos desde que há dados estatísticos e ultrapassa os recordes de 2015.
Indicadores em alta
Todos os indicadores a que Desidério Silva recorreu na BTL mostram um crescimento do sector do turismo na região, que acompanha os dados gerais do país e mesmo os principais indicadores do sector a nível mundial.
Mas mostram acima de tudo a primazia do Algarve em vários dos números chave da análise da procura turística a nível nacional.
A região é o principal destino do país em dormidas (18,1milhões), ocupa o primeiro lugar em dormidas de turistas estrangeiros (14,2 milhões), e é recordista nacional de dormidas de turistas nacionais (3,9 milhões). A assinalar a notória subida homóloga destes indicadores em termos totais (9%) e quanto a dormidas de estrangeiros (11,9%), apenas os turistas residente desceram (-0,5%).
Proveitos ultrapassam os 900 milhões de euros em 2016
Na área dos proveitos o crescimento em 2016 face a 2015 foi de 19,1%, com o valor total a cifrar-se para lá da fasquia dos 900 milhões de euros (904,6 milhões). São mais cerca de 147 milhões de euros do que no ano anterior.
“Temos de começar a repensar o aeroporto de Faro”
Outro dado sonante é o recorde de passageiros no Aeroporto de Faro que em 2016 atingiu os 7,6 milhões.
Com as obras de remodelação da aerogare da infra-estrutura a decorrer ainda o aeroporto ficará com capacidade para operar oito milhões de passageiros, mas face à procura não espanta a frase de Desidério Silva dirigida ao presidente do Turismo de Portugal e à assistência que na passada semana o ouviu na BTL.
“Enquanto noutros aeroportos se fala em reposicionamento, no Aeroporto de Faro temos que começar a repensar a estrutura para dar resposta à procura, apesar dos investimentos que se estão a fazer”.
O peso do Algarve no turismo nacional e nas exportações
Se dúvidas houvesse sobre o peso da região no turismo nacional, os dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística desfazem-nos e confirmam a posição relativa do Algarve face ao todo nacional.
Sozinho representa 37% das dormidas nacionais de estrangeiros e 25% das feitas por turistas residentes, o que representa uma quota global de 33,7%.
Já em proveitos, face aos 2.907 milhões de euros de resultados do turismo nacional em 2016, o Algarve representa 31,2% do total. Quase um terço de todos os proveitos.
A região apresenta-se pois com toda a propriedade como um peso pesado do sector e por via disso como um bem precioso na análise das exportações de bens e serviços e mesmo das exportações globais portuguesas.
A promoção em Portugal e Espanha: mercados de proximidade e de continuidade
Desidério Silva não quer de modo nenhum perder a capacidade que a Região de Turismo do Algarve (RTA) tem na promoção do destino Algarve em Portugal e Espanha.
Desde há anos que o actual presidente da RTA defende – mesmo quando ainda era presidente da Câmara de Albufeira – o entendimento de que a promoção do Algarve na Península Ibérica é uma realidade que deve ser tratada como se de um mercado único se tratasse.
Deixando a promoção externa para o Turismo de Portugal e na região para a Associação de Turismo do Algarve, Desidério Silva foi claro ao dizer que a aposta no mercado ibérico como um mercado de proximidade tem dado os seus frutos e dá como exemplo: “a presença do Algarve e da região Norte na FITUR”.
O responsável regional acredita que a aposta passa pela união das regiões de turismo para se promoverem em conjunto em Espanha é uma verdadeira resposta para dar expressão ao trabalho de mostrar o que os destinos têm para oferecer junto dos mercados emissores de proximidade.
A FITUR, Feira de Turismo de Madrid, foi disso prova com o Algarve a reunir forças com o norte de Portugal na promoção da oferta turística de cada região e no fomento da complementaridade das ofertas, uma lógica que o Turismo de Portugal tem defendido.
Reforçar a oferta nos nichos por consolidar
A conversa não é nova, mas Desidério Silva aposta claramente nos nichos de oferta menos consolidados.
Para o homem forte do Turismo do Algarve é por esta estratégia que passa a política de turismo regional.
“O sol & mar e o golfe são áreas consolidadas da oferta do Algarve, não as podemos negligenciar, mas as margens de progressão maiores estão noutras apostas”, diz.
O turismo de natureza, o turismo cultural, o turismo acessível e o turismo de saúde são os desafios.
“O património natural e cultural, bem como o território e a identidade sempre estiveram lá e continuam a estar e têm de ser verdadeiramente aproveitados”, insiste o presidente da Região de Turismo do Algarve.
Criar sinergias, desenvolver produtos promocionais direccionados, criar condições de salvaguarda e desenvolvimento de todos os actores relacionados com estes nichos de mercado é o desafio e a grande linha directriz da actuação para o Algarve.
Birdwatching, cicloturismo, caminhadas, turismo rural, roteiros e rotas ligadas à natureza em terra e no mar e à cultura e identidade regionais, bem como a aposta na dieta mediterrânica, nos lugares globalização – projecto de candidatura a Paisagem Cultural (Associativa) de carácter regional e multi-municipal – são algumas das palavras-chave que Desidério Silva não dispensa quando se fala de Algarve e de futuro do turismo regional.
Por isso, o discurso promocional da região se faz cada vez mais segmentado e vocacionado para estas áreas chave, associando as novas tecnologias como a realidade aumentada, o vídeo 360º ou as apps interactivas a veículos tradicionais.
Desidério Silva não deixa os créditos por mãos alheias e com o crescimento do turismo regional a ser constante e consolidado não há agoiros de benefícios da conjuntura ou arranque da economia global que possam dizer que a sua presidência da RTA não está coroada de sucesso.
A região no sector do turismo em números:
HÓSPEDES:
Total: 4 M
Variação 16/15: +10,1%
Var. absoluta 16/15: +370,1 m
Estrangeiros: 2,9 M
Variação 16/15: +13,8%
Var. absoluta 16/15: +355,4 m
Residentes: 1,1 M
Variação 16/15: +1,4%
Var. absoluta 16/15: +14,7 m
DORMIDAS:
Total: 18,1 M
Variação 16/15: +9%
Var. absoluta 16/15: +1,4 m
Quota nacional: 33,7 %
Estrangeiros: 14,2 M
Variação 16/15: +11,9%
Var. absoluta 16/15: +1,4 M
Residentes: 3,9 M
Variação 16/15: -0,5%
Var. absoluta 16/15: -19,3 m
PROVEITOS:
Total: 904,6 M
Variação 16/15: +19,4%
Var. absoluta 16/15: +146,9 M
Aposentos: 666,4 M
Variação 16/15: +21,1%
Var. absoluta 16/15: +116,2 M
Outros: 238,2 M
Variação 16/15: +14,8%
Var. absoluta 16/15: +30,7 M
(dados INE); (M) – Milhões; (m) – Milhares
AEROPORTO DE FARO:
Passageiros: 7,6 M
Variação 16/15: +18,5%
Movimentos: 53.427
Variação 16/15: +18,7%
Capacidade máxima após o fim das obras de remodelação: 8 M
(dados ANA); (M) – Milhões; (m) – Milhares
A SABER:
O Algarve representa:
33,7% das dormidas no país
31,2% dos proveitos do turismo nacional
A região ocupa o primeiro lugar nacional no turismo quanto a:
dormidas totais;
dormidas de estrangeiros;
dormidas de residentes;
e proveitos totais.