A Fundação Côa Parque propõe aos visitantes uma nova modalidade de circuito pelas gravuras rupestres, desta vez a nado, nas águas do rio Côa, para assim descobrir um novo ângulo deste património com 30.000 anos, anunciou hoje a instituição.
O novo conceito de visitação da Arte do Côa é denominado “Águas Abertas” e trata-se, segundo o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, de uma conceito que compreende a modalidade de prática efetiva de natação em águas abertas, de mares, rios, lagos albufeiras, entre outros locais com água e reduzida ou nenhuma delimitação física do espaço onde é praticada.
“Esta modalidade, no fundo, remete-nos ao tempo em que não havia piscinas”, vincou o responsável.
Bruno Navarro disse “que este novo programa vai realizar-se em locais onde já existem visitas às figuras rupestres em caiaque, mas desta feita a nado.
“No fundo, estamos a falar no alargamento da oferta existente, com clara oportunidade de a potenciar, na medida em que cada atleta se faz acompanhar da sua família”, concretizou.
Os promotores desta iniciativa destacam “a ausência de espírito competitivo, onde o importante é levar as pessoas a conhecer o interior do nosso país e a sua cultura, num fusão fantástica com a prática de desporto”.
As limitações trazidas pela pandemia de Covid-19, vêm potenciar um conjunto de oportunidades de realizar desporto ao ar livre, destaca.
“A inovação tem aqui um papel primordial na medida em que temos de ser capazes de trazer pessoas a locais onde habitualmente elas não se deslocariam”, garante o responsável pela Fundação que tem a seu cargo o Museu e o Parque Arqueológico do Vale do Côa.
A primeira visita a nado às gravarias do Vale do Côa está marcada para sábado.
“A ideia passa por procurar criar condições para que o evento se possa repetir mais vezes e com perspetiva de alargamento do espetro ao mercado internacional”, frisou o presidente da Fundação Coa Parque.
Um dos locais que podem ser visitados a nado é Sítio do Fariseu, onde foi encontrada a maior figura rupestre representativa de um auroque (boi selvagem), um local que se presume ter “um elevado potencial para a Arte do Côa”.
E se, no passado, a palavra de ordem para a defesa das gravuras do Côa era que não sabiam nadar, agora também é preciso saber fazê-lo para visitar a Arte do Côa e o seu território fluvial.
O espaço arqueológico do Vale do Côa divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa como os sítios da Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro as áreas de Fonte Frireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves, Vale de Cabrões.
Do território do Vale do Côa fazem parte seis concelhos: Almeida, Mêda, Pinhel, Sabugal, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.