Uma equipa de investigadores espanhóis fez uma descoberta notável em Carmona, um coletivo romano, ao encontrar o que se acredita ser o vinho mais antigo do mundo, conservado há dois mil anos. Este achado extraordinário foi feito em 2009, durante escavações que revelaram um túmulo familiar. No interior deste túmulo, encontrava-se uma urna funerária de vidro contendo um líquido valioso.
A descoberta foi realizada dentro de um recinto com 3,29 metros de comprimento e 1,73 metros de largura, que abrigava várias urnas contendo restos mortais de membros da mesma família. O líquido, que adquiriu uma tonalidade avermelhada ao longo do tempo, foi analisado pela equipa do Departamento de Química Orgânica da Universidade de Córdoba, sob a direção do professor José Rafael Ruiz Arrebola.
Os investigadores submeteram o líquido a análises químicas para confirmar a sua natureza, verificando a presença de polifenóis típicos dos vinhos e um perfil mineral semelhante ao do vinho. Conforme relatado no estudo publicado no Journal of Archaeological Science: Reports, as análises confirmaram que se tratava de vinho branco.
Antes desta descoberta, o título de vinho mais antigo do mundo pertencia a uma garrafa de vinho Speyer, encontrada em 1867 e datada do século IV d.C., que está preservada no Museu Histórico de Pfalz, na Alemanha.
Ritual Funerário Romano
A descoberta da urna com vinho proporcionou também insights valiosos sobre as tradições antigas e a distinção de género naquela época, como explica o Notícias ao Minuto. No período romano, as mulheres estavam proibidas de beber vinho, um hábito reservado exclusivamente aos homens. Esta distinção é evidenciada pelos achados arqueológicos: as urnas masculinas continham vinho e um anel de ouro, enquanto as urnas femininas abrigavam joias, perfumes e restos de tecidos.
Esta descoberta em Carmona não só traz à luz um artefacto de valor histórico incalculável, mas também oferece uma janela para compreender melhor os costumes e rituais da Roma Antiga. Ao revelar detalhes sobre as práticas funerárias e as distinções sociais de género, esta investigação enriquece o conhecimento sobre a vida e a cultura dos romanos há dois mil anos.
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