Uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), liderada por Sónia Melo, descobriu novas possibilidades terapêuticas para o cancro do pâncreas. De acordo com o “Diário de Notícias”, a equipa encontrou uma forma de impedir o crescimento do tumor. O cancro do pâncreas é um dos mais letais, com uma taxa de sobrevida aos cinco anos inferior a 10%.
A equipa encontrou provas de que em tumores pancreáticos são as células estaminais cancerígenas que comandam e transmitem as diretrizes para o tumor poder crescer e sobreviver. O estudo publicado na revista Gut, esta terça-feira, demonstra que impedindo esta comunicação entre as células, o tumor não cresce, o que ajuda a uma maior eficácia da quimioterapia.
“Já se sabia que as células tumorais comunicam entre si. O que nós descobrimos é que isso não é um evento ao acaso. Há uma hierarquia bem estabelecida”, refere Sónia Melo. Imaginemos que há cem pessoas numa sala e que é apenas um subgrupo de seis dessas pessoas que fornece toda a informação vital para esse conjunto de cem pessoas. É o que acontece com as células estaminais que dão as instruções às outras células cancerígenas sobre as condições necessárias para o tumor crescer e responder melhor aos ataques, como a quimioterapia”, explica a investigadora.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL