O desaparecimento de programadores de rega da Zona Ribeirinha da Fuseta está a gerar controvérsia entre o executivo da União de Freguesias (UF) de Moncarapacho e Fuseta e o presidente da Câmara Municipal de Olhão e do seu chefe de segurança.
Em comunicado, pode ler-se que: “o Executivo da União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta repudia as insinuações do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Olhão e do seu Chefe de Segurança, sobre o desaparecimento dos programadores de rega, na Zona Ribeirinha da Fuseta”.
O POSTAL contactou António Miguel Pina sobre os factos e o autarca respondeu que “tenho pouco a dizer sobre a situação”. Em causa, estão programadores de rega que desapareceram, sem qualquer margem para descobrir o culpado. Afirma o presidente da Câmara Municipal de Olhão que “desde que a UF de Moncarapacho e Fuseta não aceitou mais as competências que tinha anteriormente, no domínio do jardim, temos tido o desaparecimento ‘fora do comum’ dos programadores de rega, sendo que numa noite foram 16”.
Continua o executivo encabeçado por Manuel Carlos: “Quem anda na vida política sabe que a coragem é um atributo que faz a distinção entre os capazes e os imprestáveis. […] Assim, gostaríamos que o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Olhão e o seu Chefe de Segurança tivessem a coragem de dizer publicamente o que pensam e insinuam sobre o desaparecimento dos programadores de rega, a bem da verdade e com elevação e postura ética”.
António Miguel Pina não comentou a afirmação, alegando que “não vou descer a esse nível”. Contudo, acerca das insinuações, referiu que não sabe do que se trata.
“Para o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Olhão e para o seu Chefe de Segurança, a obsessão por “controlar” politicamente esta Freguesia está a tornar-se um caso político patológico”, salienta a União de Freguesias.
O presidente da Câmara de Olhão defende-se, alegando que “nós trabalhamos para satisfazer todos os fregueses e, para tal estar a acontecer, o Sr. Presidente da Junta de Freguesia pode estar com receio pela dinâmica que temos tido no concelho e na UF de Moncarapacho e da Fuseta”.
O executivo da União de Freguesias acrescenta que “dado que a nossa causa é o interesse público, congratulamo-nos pela quantidade de obras que atualmente estão a ser efetuadas na nossa Freguesia, o que vem dar razão e força à nossa atual postura de confrontar a Câmara Municipal de Olhão, em contraponto com a anterior posição, durante a qual nada, mas mesmo nada, foi construído nem reparado nesta Freguesia, pela Câmara Municipal”.
Refere ainda que “para o Executivo desta União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta não é importante quem faz a obra: se é o Município; a Ambiolhão; a APA – Associação Portuguesa do Ambiente; as Infraestruturas de Portugal; a Docapesca; com ou sem fundos comunitários”.
António Miguel Pina comenta a afirmação, referindo que “o Sr. Presidente tem tido uma atitude de ‘cuco’, aquele passarinho que não faz nada e toma os ninhos dos outros”.
O executivo termina o comunicado com uma reflexão: “Ser autarca em Portugal é ser bombeiro da aflição alheia, sem propaganda diária…”.
António Miguel Pina refere que “isso é curioso, dito por alguém que tem uma atitude de ‘cuco’ e anda a tirar fotografias a tudo o que são obras da autarquia, dando a entender que acontecem devido ao trabalho dele”. O presidente da Câmara Municipal de Olhão termina, dizendo que o autarca da UF “anda de cabeça perdida”.