O primeiro crematório do Algarve foi inaugurado em Albufeira, com a expectativa de corresponder às necessidades da população, que era a única região do país que não dispunha do serviço. A estrutura iniciou os testes para entrar em funcionamento a 13 de Janeiro e passou a operar a 19 de março, tendo realizado cerca de 700 cremações.
Paula Ganhão explica ao POSTAL que a Cremal é formada por si, João Anastácio, Vivaldo Martins, Hugo Martins, Bruno Martins e Nuno Silva. O projeto foi avante em plena pandemia, portanto a divulgação acabou por ser pouca na altura, mas os sócios mostram-se satisfeitos pelo crescimento dos serviços, que no final do mês de março, logo após ser inaugurado, realizou 20 cremações. “Hoje em dia toda a gente já sabe” dos serviços da Cremal, que traz vantagens a nível de deslocações para os familiares que perderam o ente querido.
“Existem mais solicitações de cremações por parte do Barlavento”, revela Paula Ganhão. A sócia em conjunto com o colega, Vivaldo Martins, afirmam que a situação é explicada por parte dos estrangeiros, que olham para a cremação com maior aceitação do que os portugueses. A cremação é uma técnica que tem vindo a crescer no nosso país, não só por poupar algumas burocracias aos familiares, como também por poupar espaço nos cemitérios e trazer maior liberdade às famílias em termos de manutenção de campas. A abertura da Cremal em Albufeira permitiu trazer para o Algarve (e também para a região do Baixo Alentejo) o conforto que outrora não era permitido devido às deslocações.
Processo desde o pedido da cremação e a chegada ao crematório é simples
Com uma tecnologia de última geração e totalmente automatizada, a Cremal pretende “crescer”, revela Paula Ganhão. O processo desde o pedido da cremação e a chegada ao crematório é simples e tratado sempre entre o cliente e a agência. É permitido, caso o falecido não esteja infetado com covid-19, despedir-se do corpo no velório. Caso o corpo seja portador da doença provocada pela SARS-CoV-2, não é permitido ir antes da hora e a tampa da urna será selada. “Estamos limitados ao que a Direção-Geral de Saúde impõe, mas tentamos trazer o melhor para o nosso cliente”, afirma.
Bruno Martins, sócio e técnico responsável dos formos, explica que a cremação tem a duração de aproximadamente 1 hora e 30 minutos, reforçando a parte automatizada do processo: “A duração depende, de certa forma, da constituição da pessoa”. Para o jovem de 23 anos, Portugal é ainda um país conservador na aceitação da cremação e é importante falar-se do assunto, para quebrar algum estigma que possa existir. “Não é por ser a minha área de trabalho, mas a verdade é que a cremação é futuro”, vinca. Deste modo, as cinzas podem também ser deixadas no mar, colocadas num vaso para dar lugar a uma árvore e diversos outros simbolismos associados às cinzas mortais.
Com dois fornos crematórios e um pirolítico, a Cremal consegue estar sempre em funcionamento, uma vez que a manutenção é necessária neste tipo de processos. É importante explicar que o forno pirolítico faz a queima com materiais inertes, como madeiras e flores do cemitério.
O aumento de clientes levou à necessidade de melhorar cada vez mais os serviços e oferecer aos familiares dos falecidos um processo rápido e o menos doloroso possível. Uma cremação custa 280 euros, mas existe um desconto para os residentes em Albufeira, ficando o valor em 252 euros. “Estamos num bom caminho”, conclui Paula Ganhão.