O Presidente da República afirmou hoje que não há alternativa a um confinamento geral a partir da próxima semana face ao constante aumento do número de casos de infeção com o novo coronavírus em Portugal.
Esta posição foi transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa na RTP, durante a primeira parte do debate que travou com a candidata presidencial Ana Gomes, onde também assumiu que, no combate à covid-19, “falhou” o conjunto de medidas de atenuação das restrições no período do Natal.
“Em relação ao futuro, penso que não há alternativa ao confinamento geral”, declarou o Presidente da República, que, neste contexto, se demarcou de uma solução de apenas serem confinados os cidadãos de grupos de risco.
“Essa ideia não tem dado em nenhum sítio da Europa. A Europa toda está a reconfinar globalmente mais do que Portugal e há mais tempo do que Portugal”, sustentou.
Neste ponto, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o grupo de menor risco “é o das escolas”, mas acrescentou que “essa matéria ainda vai ser decidida”.
Segundo o chefe de Estado, em relação ao período do Natal, “todos os partidos” se pronunciaram a favor de uma atenuação das medidas e alguns dos quais até a favor de um regime “mais permissivo”.
“A decisão teve os efeitos que teve. Na altura falei de um pacto de confiança com os portugueses. Mas o pacto de confiança não funcionou. É um facto. Assumo essa responsabilidade sem problema nenhum, por mim, pelo Governo e por todos os que intervieram”, disse
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se apreensivo com a criação de expetativas muito elevada em relação ao processo de vacinação.
“É um processo que pode ser para um ano e meio e não para o dia seguinte”, frisou.