O Presidente da República considerou hoje que a pandemia de covid-19 exige que Estado e médicos estejam “de mãos dadas” e defendeu que deve haver maior cooperação entre a Segurança Social e a Saúde relativamente aos lares.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no início de uma visita à Feira do Livro de Lisboa, questionado sobre o diferendo entre o primeiro-ministro, António Costa, e a Ordem dos Médicos, em relação ao surto de covid-19 no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, onde o chefe de Estado prometeu ir “quando for possível visitar os lares”.
“Eu entendo que temos de estar todos unidos. Aquilo que temos vivido e aquilo que vamos viver exige uma grande convergência de esforços”, respondeu o Presidente da República, acrescentando: “Nessa convergência entra naturalmente o Estado, de um lado, e os profissionais de saúde, do outro lado, e dentro dos profissionais de saúde os médicos – eles que foram, são e serão alguns dos heróis desta saga, sempre o disse e sempre o direi”.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, tanto os médicos como o Estado têm noção de que “os portugueses não perdoariam se estivessem de costas viradas uns para os outros”.
Interrogado se este diferendo prejudica o combate à covid-19, o chefe de Estado disse que prefere “olhar para o lado positivo das coisas”.
“O lado positivo das coisas é que precisamos de estar todos de mãos dadas. Quer dizer, nem o Estado consegue resolver o problema da pandemia sem os profissionais de saúde, nem os profissionais de saúde conseguem verdadeiramente fazer o que têm feito em condições extraordinárias sem o apoio do Estado, sem o investimento do Estado, sem a criação de condições reforçadas para aquilo que têm de realizar ao serviço da comunidade”, prosseguiu.
Relativamente aos lares de idosos em geral, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu um “reforço” da coordenação e cooperação entre Segurança Social e Saúde, uma “maior conjugação” entre os dois setores.
“Não se pode dizer que uma questão como a questão dos lares seja uma questão só da Segurança Social – não é, é da Saúde. Também não se pode dizer que seja só da Saúde – é da Saúde e da Segurança Social e da Solidariedade Social”, argumentou.