O Presidente da República afirmou hoje que não há neste instante razão que determine um recurso à ajuda internacional para o acolhimento de doentes covid-19, embora exista essa disponibilidade por parte da União Europeia.
Esta posição foi transmitida pelo chefe de Estado no final de uma visita ao Hospital Militar de Lisboa, na qual esteve acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa, depois de questionado pelos jornalistas se Portugal vai pedir ajuda internacional para o acolhimento de doentes covid-19.
“Dos dados que conheço, não há, neste instante, razão que determine uma ideia de alarme social quanto à necessidade de recurso a ajuda internacional, como disse, instante, independentemente de sabermos que há essa colaboração, como aconteceu no passado, dentro da União Europeia, com países e economias as mais diversas e mais ricas”, respondeu.
O Presidente da República salientou que “há a disponibilidade de países amigos para ajudarem, tal como foram ajudados no passado”.
“Mas isso, naturalmente, é matéria que o Governo esclarecerá, se for necessário esclarecer, no momento em que for necessário esclarecer”, frisou.
Antes, em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Hospital Militar de Lisboa, na qual esteve presente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro afirmou que, “desde o início da pandemia em março, até agora, “só em camas instaladas em unidades de cuidados intensivos há um aumento de 146% do SNS”.
“O esforço que os seus profissionais estão a fazer é extraordinário, mas é indispensável mobilizaremos todos os recursos, os dos setores social e privado e contar com as nossas Forças Armadas”, sustentou António Costa, que não respondeu a perguntas dos jornalistas.
De acordo com o líder do executivo, “as Forças Armadas têm dado vários contributos muito importantes, dos quais destaco os seus polos hospitalares de Lisboa e do Porto”.
“Ambos têm conseguido transformar-se para disponibilizar ao país um número significativo de camas, quer de enfermaria geral, quer de cuidados intensivos”, realçou.
O primeiro-ministro apontou depois que “foi possível reativar o antigo Hospital Militar da Ajuda para funcionar também como acolhimento de doentes”.
“Na Base do Alfeite foi disponibilizado um centro de acolhimento, que permitiu, por exemplo, realojar muitos dos chamados doentes sociais – cidadãos que, já tendo alta hospitalar, permaneciam no hospital por não terem onde residir”, acrescentou.
Antes de António Costa, o diretor de saúde do Hospital das Forças Armadas, Jacomo de Castro, referiu aos jornalistas que esta valência tem sido transformada para um combate prioritário à covid-19, “o que só foi possível graças à grande camaradagem que existe entre os diferentes ramos das Forças Armadas”.
“Houve um reforço extraordinário em termos de pessoal, de material e de capacidades logísticas. Em 20 de março, havia 20 camas dedicadas a covid-19, sendo agora 135 e na sexta-feira teremos 147. Para a semana, esse número de camas subirá para 197”, referiu.
Jacomo de Castro referiu ainda que, em termos de unidades de cuidados intensivos, havia cinco camas em março, passando para 20 na sexta-feira.
“No Hospital das Forças Armadas já foram internados 748 doentes, 75% dos quais em reforço ao Serviço Nacional de Saúde. Neste momento, pela situação do país, este hospital, mais do que servir as Forças Armadas, mais do que servir as forças e serviços de segurança, está ao serviço de Portugal de braço dado com as estruturas do Ministério da Saúde”, declarou.
Nesta visita ao Hospital das Forças Armadas, o Presidente da República e o líder do executivo estiveram acompanhados pela ministra da Saúde, Marta Temido, pelos secretários de Estado Adjunto e da Defesa, Jorge Seguro Sanches, e dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, assim como pelo chefe de Estado-Maior General da Armada, almirante António Mendes Calado, e pelo diretor deste hospital, o brigadeiro-general Rui Sousa.
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