Cientistas do projeto JPI Oceans “MiningImpact” vão embarcar numa expedição de seis semanas para a Zona de Fratura Clarion-Clipperton, no Pacífico, a profundidades superiores a 4000 metros e a mais de 1500 quilómetros da costa mexicana. Esta missão oceanográfica, que conta com a participação do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve, pretende investigar e monitorizar os impactos ambientais da mineração de nódulos polimetálicos no mar profundo durante o teste de um pré-protótipo de um veículo de recolha de nódulos.
Segundo explica a UAlg, “a missão será realizada a bordo do navio fretado Island Pride e conta com dois veículos operados remotamente (ROVs), um veículo submarino autónomo (AUV), entre outros equipamentos especializados”.
Trata-se da primeira missão a monitorizar o impacto ambiental de um coletor de nódulos no local, apresentando, assim, resultados mais realistas.
“MiningImpact” obedece às boas práticas científicas e todos os dados serão disponibilizados publicamente. Os resultados deste trabalho de investigação independente serão transferidos e convertidos em recomendações para a legislação internacional nesta área, incluindo a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos.
Na opinião de Nélia Mestre, investigadora do CIMA “é urgente obter este conhecimento científico, de forma a propor soluções que minimizem os riscos para a saúde dos ecossistemas marinhos de profundidade”.
Esta missão irá investigar alterações nos fluxos biogeoquímicos, na biodiversidade e nos efeitos ecotoxicológicos decorrentes da formação de plumas de sedimentos que serão gerados pelo pré-protótipo.
Questionada sobre o impacto que esta investigação poderá vir a ter na comunidade ou na vida das pessoas, a investigadora explica: “se a mineração no mar profundo vier a ocorrer no futuro, é importante que se conheçam os potenciais impactos ambientais negativos, para que a legislação e as escolhas políticas sejam baseadas em conhecimento científico sólido de forma a minimizar esses impactos”.
O projeto JPI Oceans “MiningImpact” estuda desde 2015 as consequências ecológicas da mineração em alto mar e como os impactos podem ser mitigados. Foi feita uma avaliação de impacto de rastros criados há décadas por estudos anteriores, bem como algumas experiências para entender a interação entre a remoção dos nódulos e os organismos vivos de profundidade.
A primeira fase do projeto, que já foi concluída, forneceu as primeiras conclusões sobre os efeitos esperados a longo prazo tendo em conta a mineração em alto mar. Nesta segunda fase, os cientistas pretendem realizar um estudo mais abrangente, monitorizando os impactos ambientais imediatos causados pelo pré-protótipo de coletor industrial em tempo real.
Os resultados desta missão terão potencial interesse para a comunidade científica, indústria, legisladores, decisores políticos e também para o público em geral.
Sobre a Universidade do Algarve:
A Universidade do Algarve (UAlg) tem atualmente cerca de 8 mil estudantes, 23% dos quais internacionais, oriundos de mais de 85 nacionalidades, onde se destaca o Brasil, país com maior representatividade, ultrapassando os 900 estudantes.
Com 41 anos de existência, aparece pela segunda vez consecutiva no ranking do Times Higher Education (THE) Young University Rankings 2019, que analisa o desempenho de instituições de ensino superior criadas há 50 anos ou menos, destacando-se no indicador que avalia a projeção internacional.
Em 2019 voltou a integrar a lista das melhores do mundo no Shanghai Ranking’s Global Ranking of Academic Subjects, destacando-se como a melhor universidade portuguesa na área de Hospitality & Tourism Management. O Shanghai Ranking’s selecionou as 300 melhores instituições de todo o mundo, colocando a UAlg no Top 100, com a melhor classificação nacional nesta área, entre as posições 51-75, liderando o lote das quatro universidades portuguesas avaliadas. Pela primeira vez, na posição 101-125, também apareceu no ranking do Times Higher Education (THE) Europe Teaching Rankings 2019, que analisa o desempenho do ensino em instituições de ensino superior europeias.
Em 2020 integra pela primeira vez o Times Higher Education Impact Rankings, que avalia o desempenho e contributo das universidades para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, colocando-se na posição 201-300, entre 766 IES, de 85 países, que cumpriram os requisites de inclusão.
A UAlg oferece cursos de formação inicial e pós-graduada, nas suas diversas áreas de formação: Artes, Comunicação e Património; Ciências Sociais e da Educação; Ciências e Tecnologias da Saúde; Ciências Exatas e Naturais; Economia, Gestão e Turismo; Engenharias e Tecnologias.
A sua localização privilegiada junto ao Aeroporto Internacional de Faro e o grande número de novas rotas aéreas de ligação às principais cidades portuguesas (Porto e Lisboa) e europeias, bem como as excelentes condições que a UAlg e a região têm para oferecer, fazem com que, cada vez mais, a academia do sul do país adquira um estatuto central e internacional.