A Polícia Judiciária (PJ), através da sua Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), deteve dois homens, de 22 e 30 anos, suspeitos de integrarem um grupo criminoso transnacional, focado na prática de fraudes económicas e financeiras sofisticadas. Entre os crimes em investigação estão a falsificação de documentos, burlas informáticas e branqueamento de capitais, executados através de um esquema conhecido por “CEO Fraud”.
Este tipo de burla, que consiste em enganar funcionários de empresas ao fazê-los acreditar que estão a receber ordens de executivos ou parceiros confiáveis, permitiu ao grupo desviar cerca de 1,2 milhões de euros. As vítimas eram, maioritariamente, empresas estrangeiras, localizadas no Canadá e em Itália, cujas contas bancárias foram usadas como fonte dos fundos desviados para contas em Portugal.
De acordo com a PJ, a operação envolvia a criação de contas bancárias em território nacional, especificamente para receber o dinheiro ilícito, o qual era de imediato redistribuído para outras contas de difícil rastreamento. “As campanhas de CEO Fraud caracterizam-se, essencialmente, pelo envio de emails ou mensagens de texto […] em que um agente malicioso, fazendo-se passar por uma entidade relacionada com a organização alvo […] faz pedidos tipicamente de natureza financeira”, explica a força policial.
Os dois detidos, apontados como membros ativos de uma rede com ligações internacionais, serão agora presentes a tribunal, onde se determinarão as medidas de coação. Estes desenvolvimentos são parte do crescente esforço das autoridades para desmantelar redes de cibercrime que, aproveitando-se da digitalização dos processos empresariais, lançam ataques financeiros com impacto em diversas economias.
Com esta detenção, a Polícia Judiciária reitera o seu compromisso na luta contra o cibercrime e sublinha a importância de precauções reforçadas por parte das empresas.
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