As condições de habitação em Portugal estão longe de satisfazer grande parte da população, de acordo com um estudo recente do Observador Cetelem. Apenas 29% dos inquiridos afirmaram estar totalmente satisfeitos com a sua habitação, sendo os elevados custos de alojamento e as despesas associadas os principais fatores de descontentamento. Saiba mais adiante neste artigo que conta com o contributo do Executive Digest.
A investigação revela uma discrepância significativa entre proprietários e arrendatários. Enquanto 91% dos proprietários se consideram moderadamente satisfeitos com as suas condições de vida, cerca de um terço dos arrendatários expressa insatisfação. A diferença torna-se ainda mais evidente quando se observa que metade dos arrendatários manifesta a intenção de mudar de casa num futuro próximo, comparativamente com apenas 17% dos proprietários que planeiam fazer o mesmo.
Entre os aspetos que geram maior insatisfação estão os encargos financeiros relacionados com a habitação. Apenas 17% dos inquiridos demonstraram contentamento com os custos adicionais, como eletricidade e água, e com o desempenho energético das suas habitações. Além disso, o modo de aquecimento e o preço das casas são também motivo de queixa, com apenas 20% e 30% de satisfação, respetivamente.
Em contrapartida, a localização das casas e a proximidade de espaços verdes destacam-se como os aspetos mais apreciados pelos inquiridos, com 48% e 42% de satisfação, respetivamente. Esta preferência revela que, embora os custos sejam uma preocupação central, o ambiente em que se vive continua a ser um fator valorizado por muitas pessoas.
Outro dado relevante do estudo é que o preço da habitação é considerado o critério mais importante na escolha de um alojamento por 82% dos inquiridos. A localização e a necessidade de obras surgem como os fatores secundários mais relevantes na tomada de decisão.
A insatisfação com as condições de habitação não é um fenómeno exclusivo de Portugal. O estudo abrangeu cidadãos de oito países europeus, revelando preocupações semelhantes. Apenas 33% dos europeus inquiridos estão totalmente satisfeitos com as suas condições de vida, evidenciando um desafio generalizado na gestão das despesas familiares e no acesso a habitação de qualidade em todo o continente.
Num contexto em que o mercado imobiliário enfrenta crescentes dificuldades, as conclusões deste estudo sublinham a necessidade de políticas que promovam o acesso a habitação acessível e que mitiguem o impacto dos custos habitacionais nos orçamentos das famílias. Como demonstram os resultados, os desafios que os portugueses enfrentam neste setor são partilhados por muitos outros europeus, refletindo um problema transversal que exige respostas estruturais e concertadas.
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