René, um alemão de 47 anos, após ter sido assaltado, estava há vários dias a viver como um sem abrigo, na estrada de acesso ao cais comercial de Faro.
Vivia ao relento – apanhou a intempérie da passada terça-feira – depois de ter ficado sem dinheiro, depois de ter sido assaltado.
A situação despertou o interesse e a solidariedade de alguns populares que pediram ajuda pelas redes sociais, depois de terem verificado o seu estado fragilizado, abandonado à sua própria sorte.
Populares que o encontraram disseram que estava magro, com poucas roupas, sem rumo e sem sítio para onde ir.
Mas foi num espaço de 48 horas que tudo mudou para melhor: uma cama, um banho bem quentinho e refeição. A mobilização crescente de alguns algarvios respondeu a esta situação de desespero e de abandono humano. Rapidamente, doaram-lhe bens de primeira necessidade, agasalhos e comida.
Houve até quem (Paulo Alexandre de Carvalho) se oferecesse para lhe pagar um bilhete de avião de regresso à Alemanha.
Ontem, e após a publicação de vários apelos de ajuda nas redes sociais, uma voluntária (Dorothee Lander) proporcionou provisoriamente uma casa em Moncarapacho, concelho de Olhão, enquanto Miguel Baptista, outro voluntário, procura resolver a sua situação com as entidades oficiais
Sandra Jesus, cujo primeiro post publicou na noite desta quinta-feira, informava sábado que o cidadão alemão já podia tomar um banho quente e dormir numa cama lavada e confortável: “Esta situação ainda não está toda resolvida, mas o mais importante, que foi tirá-lo da rua, já foi feito. Infelizmente sem ajudas das entidades públicas, dá que pensar!”
Segundo é dito, foram contactadas algumas entidades, mas sem resposta até ao momento.
“É camionista, mas a carta de condução passou de validade”, salientava a “ativista” Janete Serrano, uma das mobilizadoras e conhecida por apoiar causas solidárias. Janete informava ainda que o homem alemão “sabe trabalhar em carpintaria, eletricidade e nas obras”.
Os pedidos de ajuda continuaram este domingo, com vários populares voluntários a prestarem apoio e assistência com alguns bens essenciais e a deixarem pedidos nas redes sociais como: “calçado para homem n°42 que não use, para doar a um senhor alemão que nós retirámos ontem da rua. Ele nao tem nada! Precisamos de roupa quentinha, casacos e calçado”.
Mas esta ação espontânea de solidariedade tocou muitos outras pessoas, como, por exemplo o Iuri Sousa que se deslocou à casa provisória para cortar e fazer a barba ao cidadão alemão.
E até uma empresa, a Fábrica dos Óculos de Olhão” de Tito Viegas Rodrigues, ofereceu um par de óculos.
Os vários ativistas voluntários dizem-se agora estarem “felizes e de coração cheio”.
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