Questão:
“Quero comprar casa. Que dicas me podem dar para escolher o melhor crédito à habitação?”
A DECO responde…
Os bancos têm vindo a descer os spreads (margem de lucro do banco no crédito) e as taxas de juro mantêm-se em mínimos históricos. Mas, se vai contratar agora, não se iluda com as facilidades. Como os empréstimos para compra de casa são a longo prazo, é natural que ao longo do contrato as taxas de juro voltem a subir e a sua prestação aumente como consequência.
Com o aumento do valor médio do imobiliário, para muitos jovens e famílias o problema está em conseguir ver aprovado um crédito à habitação.
Se já encontrou o imóvel e tem hipóteses de ter um crédito aprovado, antes de avançar para a compra, há três aspetos essenciais a ter em conta.
O valor da prestação mensal e os encargos com a casa não devem exceder 35% do seu orçamento. Por exemplo: se tem um vencimento mensal de 1000 euros, os encargos com a casa não devem exceder os 350 euros mensais.
A maioria dos bancos só empresta 80% do valor da compra ou da avaliação (normalmente, o valor menor). Um dos problemas verificados actualmente com o aumento do preço das casas é que há avaliações bastante inferiores aos preços de compra, o que inviabiliza a concessão de crédito, a menos que o consumidor tenha bastante dinheiro para dar de entrada.
Mais do que comparar spreads ou prestações mensais, compare a taxa anual efectiva (TAE) de cada banco, pois este é o indicador que reflecte o custo total do empréstimo. A maior parte dos bancos oferece diferentes propostas de spread, em função do designado cross-selling. Na prática, o cliente aceita contratar outros produtos na mesma instituição (domiciliação de ordenado, seguros ou cartões, entre outros) para beneficiar de condições mais vantajosas. Avalie até que ponto vale a pena contratar estes serviços, pois o empréstimo pode-lhe sair mais caro no final. A TAER (taxa anual efectiva revista) é o indicador que considera todos estes custos. Quanto mais baixa, melhor.