O Promontório de Sagres viu hoje a Comissão Europeia atribuir-lhe a Marca Património Europeu, o “momento final de uma atribuição da distinção europeia que tinha sido confirmada com o parecer final do conselho consultivo europeu na matéria emitido em Dezembro último”, esclareceu ao POSTAL Alexandra Gonçalves, directora regional de Cultura.
A responsável regional pela pasta da Cultura acompanhou hoje uma equipa de filmagens a trabalhar para a União Europeia que se deslocou ao Promontório de Sagres para fazer filmagens destinadas à cerimónia de entrega da distinção europeia na área patrimonial que decorrerá em Abril.
Recorde-se que a Marca Património Europeu, uma distinção criada na União Europeia em 2011, pretende sensibilizar os cidadãos para sítios que tenham desempenhado um papel significativo na história, cultura e desenvolvimento da União Europeia, bem como valorizar a sua dimensão europeia através de actividades educativas e de informação.
Entre os eleitos para receberem esta marca desde 2013 estão o centro da antiga Atenas (Grécia), o Parque Arqueológico de Carnunto (Carnuntum, Áustria), a Abadia de Cluny (França), os Arquivos da Coroa de Aragão (Barcelona, Espanha), a Casa da Grande Guilda (Taline, Estónia), a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (Portugal), a União de Lublin (Polónia), a Paz de Vestefália — Münster e Osnabrück (Alemanha), a Constituição de 3 de Maio de 1791 (Varsóvia, Polónia), o Castelo de Hambach (Hambach, Alemanha), a Carta de Lei de Abolição da Pena de Morte (Lisboa, Portugal), a Residência de Estudantes (Madrid, Espanha), bem como o Palácio da Paz (Haia, Países Baixos), o Kaunas de 1919-1940 (Lituânia), o Hospital Franja Partisan (Eslovénia), Camp Westerbork (Hooghalen, Países Baixos), a Casa Museu Alcide de Gasperi (Pieve Tesino, Itália), a Casa Robert Schuman (Scy-Chazelles, França), o histórico estaleiro de Gdańsk (Gdańsk, Polónia) e o Parque Comemorativo do Picnic Pan-Europeu (Sopron, Hungria).
A distinção atribuída ao Promontório de Sagres é este ano partilhada com nove locais históricos: o Sítio Neandertal de Krapina (Krapina, Croácia), o Castelo Premyslid e Museu Arquidiocesano de Olomouc (Olomouc, República Checa), o Palácio Imperial (Viena, Áustria), o Conjunto Histórico da Universidade de Tartu (Tartu, Estónia), a Academia de Música Franz Liszt (Budapeste, Hungria), o Mundaneum (Mons, Bélgica), o Cemitério n.º 123 da Frente Oriental da I Guerra Mundial (Łużna – Pustki, Polónia) e o Bairro Europeu de Estrasburgo (Estrasburgo, França).
O Promontório de Sagres é referido na distinção como apresentando “uma paisagem rica do ponto de vista histórico e cultural situada no canto sudoeste da Península Ibérica. Nela se encontram vestígios arqueológicos significativos, estruturas urbanas e monumentos que atestam a sua localização estratégica e a sua importância ao longo dos séculos”.
“A Ponta de Sagres tornou-se o quartel-general do Infante Dom Henrique para o seu projecto de expansão marítima durante o séc. XV, um local da maior importância para o Período das Descobertas, período que marcou a expansão da cultura, das ciências, da exploração e do comércio europeus tanto para o Atlântico como para o Mediterrâneo, abrindo o caminho para a afirmação e projecção da civilização europeia, que veio a modular o mundo moderno”, refere ainda a referência descritiva acerca do local vencedor português.