Cada um de nós, e em cada dia que passa, vamo-nos concentrando naquilo que é o imediato, e nem sempre estamos atentos ao que se vai passando à nossa volta.
Temos as nossas vidas profissionais e particulares, e daí esse ser o nosso foco maior.
O facto é que há momentos onde devemos estar atentos e obviamente fazermos alertas a quem pode intervir, ou mesmo decidir sobre temáticas que mexem todos os dias, com milhares e milhares de pessoas.
Estamos no Algarve.
Uma Região Turística por excelência, onde não chove há vários meses.
Não chove e face às alterações Climáticas que estão em curso nos tempos de hoje é evidente o resultado dessas mesmas alterações.
Barragens quase vazias.
Ribeiras praticamente secas.
Níveis freáticos muito baixos.
Furos com pouca água e alguns com água já salobra.
Todos sabemos da importância da água nas nossas vidas, com tudo o que a mesma representa para a existência e produção da espécie vegetal e animal.
Um Algarve que recebe por ano 5 milhões de turistas.
Um Algarve onde vive quase um milhão de pessoas.
Um Algarve, com mais de 40 campos de Golfe de uma qualidade invejável, mas onde a água da rega, na maior parte, vem de furos subterrâneos, e não de águas tratadas como acontece em vários países do mundo.
Um Algarve, onde a cultura intensiva se tem intensificado para além dos Citrinos.
Agora, também, os Abacates, as Limas, os Frutos Vermelhos, as Mangas, as grandes plantações de Amendoeiras, de Alfarrobeiras e até de Oliveiras.
Ou seja, diversificando e bem a economia da região.
Perante isto, a questão que se levanta e que se impõe discutir e analisar, com toda a urgência, é como se encontram soluções que venham a inverter a falta de água na Região.
O fazer campanhas de poupança é muito importante e de louvar, mas só se pode poupar enquanto a tivermos.
Se ela acabar, não existe nada para poupar, e todos seremos responsáveis se chegarmos a esse momento dramático.
É evidente a necessidade de se fazerem algumas obras estruturantes, que venha a reter as águas da chuva de modo a evitar a sua escorrência para o Mar.
Construindo pequenas barragens, e em particular na serra.
Construindo açudes nas ribeiras.
Com tantos técnicos existentes, em vários departamentos do estado, não deve ser difícil encontrarem soluções para que no futuro, não estejamos todos os dias com rezas e a pedir a Deus que chova.
Não é só estar à espera que nos saia o Euromilhões, é preciso apostar ou seja fazer alguma coisa por isso.
Outra componente importante e urgente, é abordar a questão da dessalinização.
Todos sabemos que existem vários países no mundo onde essa prática é uma rotina.
Onde a água das chuvas é muito pouca para as necessidades, aí entra esse processo que tanto tem ajudado Países, como Cabo Verde ou Israel, apenas para dar estes exemplos.
Sabendo nós, que as tecnologias estão cada vez mais avançadas e com isso obtendo mais qualidade, com menos custos, então a pergunta que se põe é a seguinte:
Do que estamos à espera?
Já temos Diagnóstico Feito.
Preocupação Evidente.
Cada vez mais gente e entidades sensibilizadas.
Obviamente, o importante é poupar enquanto temos água, e esperemos que a tenhamos sempre, mas para isso é necessário intervir e de imediato nas soluções que referi atrás.
Com isto, leva me a propor às entidades com muitas responsabilidades na Região que se juntem.
Que pensem e aproveitem o conhecimento, e as sinergias de cada um, para levarem a cabo um dos maiores desafios de sempre: A preservação da Água enquanto fonte de vida, numa região que precisa de acreditar que alguma coisa vai ser feita nesse sentido.
A AMAL e todos os Municípios do Algarve
A CCDR
A APA
A Universidade do Algarve
Já temos aqui quem pode decidir e envolver- se de todas as formas, para o êxito deste processo.
Obviamente, que o governo tem aqui um papel importante no financiamento quer no Orçamento de Estado, ou a nível comunitário, e isso pode e deve fazer.
Se fizer isto e não complicar, o Algarve já agradece e muito.
Coloquem a Região em primeiro lugar!
Todos serão valorizados!
Pensem nisso…
O Algarve agradece!