Um colar de diamantes do século XVIII, descrito como uma peça de alto valor histórico e composta por cerca de 300 quilates de diamantes de talhe antigo, foi vendido por 4,5 milhões de euros em Genebra. Esta joia, leiloada pela Sotheby’s no evento “Royal and Noble”, ultrapassou em larga escala as expectativas iniciais, que se situavam entre 1,7 e 2,6 milhões de euros. Durante o leilão, que segundo o especialista Andres White Correal teve um ambiente “elétrico”, a peça foi arrematada por uma compradora anónima.
A ligação deste colar à história de Maria Antonieta, embora envolta em mistério, despertou o interesse de colecionadores pelo seu possível vínculo ao escândalo da “Affaire du Collier”. Este episódio histórico, que remonta ao final do século XVIII, envolveu o rei Luís XV, sua amante Madame du Barry, e uma tentativa de aquisição de um colar exuberante. Com a morte do rei, os artesãos Böhmer e Bassenge tentaram vender a peça à nova corte. Contudo, Maria Antonieta recusou o colar, e o episódio tomou contornos de intriga e burla, como conta o Executive Digest.
Em 1784, Jeanne de La Motte, uma vigarista de renome, usou uma falsa correspondência para enganar o cardeal de Rohan, levando-o a acreditar que a rainha queria, secretamente, adquirir o colar. La Motte conseguiu obter a joia e desfez-se dela, vendendo os diamantes no mercado negro londrino. O escândalo causou danos irreparáveis na reputação de Maria Antonieta e aumentou a insatisfação pública contra a monarquia.
O colar vendido em Genebra inclui diamantes provenientes das minas de Golconda, na Índia, célebres pela qualidade e clareza das suas pedras. No início do século XX, a sexta marquesa de Anglesey foi fotografada pelo célebre fotógrafo Cecil Beaton, usando esta peça, o que sublinha o seu valor como símbolo de elegância.
Para Correal, este leilão prova que o valor de uma joia vai além do seu valor material, captando também o fascínio pelas histórias que a envolvem. “Há claramente um mercado de nicho para joias históricas com uma proveniência fabulosa,” explica o especialista da Sotheby’s. Em peças como esta, a riqueza da história continua a atrair o interesse de colecionadores em todo o mundo, que encontram nelas mais do que meros objetos de valor: testemunhos de uma era passada e dos seus enigmas.
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