Uma equipa de cientistas do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) do Algarve e do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto descodificou o genoma da sardinha, uma espécie de grande interesse comercial e cultural em Portugal, e disponibilizou-o na internet, abrindo caminho para novas abordagens para a sua gestão e conservação.
Os investigadores descodificaram o genoma da espécie Sardina pilchardus – a sardinha que se pesca na nossa costa – e “disponibilizaram toda a informação em bases de dados públicas para que todos os interessados, nomeadamente a comunidade científica, as empresas e a administração púbica, possam utilizar livremente esta informação”, avança a UAlg em comunicado de imprensa.
Este é um exemplo de ciência aberta, em que os investigadores em vez de reterem os dados para si, os disponibilizam para que a comunidade científica os possa utilizar de imediato, acelerando assim o processo de descoberta.
“Estamos satisfeitos com os resultados deste trabalho porque sabemos que irá permitir estudos de gestão e conservação da sardinha que até agora não eram possíveis”, refere Gianluca De Moro, investigador do CCMAR e um dos autores do estudo.
Para Bruno Louro, investigador do CCMAR e outro autor deste estudo, “a importância estratégica da sardinha justifica um trabalho mais avançado, que garanta uma gestão mais eficaz das suas populações. Estes resultados permitem, por exemplo, vir a definir com rigor os limites de cada população de sardinha, o que não era possível até agora”.
Nesse sentido, a esta equipa do CCMAR e do CIBIO juntaram-se investigadores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) para pôr em marcha um grande projecto da variação do genoma da sardinha e da sua aplicação na gestão dos seus mananciais de pesca.
Recorde-se que a sardinha é um recurso que tem sido alvo de importantes e necessárias restrições de pesca de modo a acautelar a sua sustentabilidade e conservação.