A complexidade do nosso cérebro, com 200 mil milhões de células interligadas, continua a intrigar os cientistas. Inspirados por esta eficiência notável, investigadores da Universidade de Indiana, em colaboração com universidades da Califórnia e Cincinnati, deram um passo revolucionário ao criar um sistema híbrido conhecido como “Brainoware”. Este sistema inovador combina eletrónica com células humanas vivas, e promete abrir novos horizontes na inteligência artificial.
O Brainoware
Detalhado no estudo publicado na revista científica Nature Electronics, como nos conta o Executive Digest, o “Brainoware” é um “chip vivo” que se destaca por sua abordagem única. Ao incorporar elementos eletrónicos com organoides cerebrais, criados a partir de células humanas pluripotentes, os cientistas desenvolveram uma forma de “vida artificial” que se aproveita do poder computacional das redes neurais biológicas tridimensionais.
Organoides cerebrais
Os organoides cerebrais, cultivados em condições específicas, crescem em placas de Petri e funcionam de maneira semelhante aos nossos próprios órgãos. Estes “mini-cérebros” artificiais, embora não possuam a capacidade de evoluir para mentes autónomas, foram capazes de emitir e receber sinais, armazenar informações, realizar cálculos matemáticos não lineares e até mesmo reconhecer vozes.
A simulação do reconhecimento de voz
Uma das experiências realizadas pelos cientistas foi a simulação do reconhecimento de voz. Ao treinar o sistema com clips de áudio a pronunciar as vogais A e E, a “Brainoware” atingiu uma precisão de 78% após quatro ciclos de treino. Este feito destacou a capacidade do sistema de aprender e adaptar-se ao longo do tempo, remodelando conexões e habilidades funcionais.
O “Brainoware” representa um marco significativo na busca por inteligência artificial mais avançada. Ao integrar componentes eletrónicos com células humanas vivas, os cientistas abriram caminho para uma nova era de tecnologia que poderia revolucionar a forma como as máquinas processam informações e aprendem. Enquanto o debate ético em torno dessas inovações continua, não há dúvida de que o “Brainoware” abre portas para possibilidades emocionantes e desafia os limites do que a inteligência artificial pode alcançar.
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