A criação das bases de uma metodologia padronizada ‘in vitro’ para avaliar o potencial de ingredientes na nutrição de peixes de aquacultura é o objetivo de um projeto desenvolvido por um laboratório português e o Instituto de Pesquisa Marinha norueguês.
Em comunicado, o laboratório de pesquisa colaborativa especializado em aquacultura S2AQUAcoLAB anunciou que a parceria vai permitir desenvolver uma “avaliação pioneira da nutrição em aquacultura” e dar “um passo significativo na colaboração bilateral e na mobilidade de investigadores entre instituições europeias em Portugal e na Noruega”.
Financiado pela EEA Grants – iniciativa criada pelo Liechtestein, a Islândia e a Noruega para reduzir as disparidades sociais e económicas em 15 países europeus, entre eles Portugal -, o projeto, designado AQUADigest visa facilitar a troca de conhecimento entre os parceiros, lê-se na nota.
O desenvolvimento de uma metodologia padronizada ‘in vitro’ vai depois servir de base para avaliar o “potencial uso de vários ingredientes em dietas para aquacultura”, prossegue a nota do laboratório sediado em Olhão.
O objetivo, acrescenta, é colocar o “foco na criação de uma abordagem padronizada que possa ser universalmente aplicada para avaliar a digestibilidade e os benefícios potenciais de diversos ingredientes em formulações de alimentos” para peixes produzidos em aquacultura.
“Tradicionalmente, a avaliação de novos ingredientes tem sido um processo demorado e dispendioso envolvendo ensaios de alimentação, refere o S2AQUAcoLAB, reconhecendo a necessidade de ferramentas mais eficientes na nutrição em aquacultura.
Assim, o AQUADigest empregará métodos inovadores ‘in vitro’ para avaliar o valor nutricional de ingredientes e dietas, “fornecendo ‘insights’ [análises] detalhados sobre a influência de diferentes componentes”, justificou.
Entre os objetivos do projeto está também a “formação de uma rede europeia colaborativa dedicada a métodos padronizados de digestão ‘in vitro’ para espécies de peixes de cultivo, incluindo espécies como o salmão do Atlântico, robalo, dourada e linguado”, destacou.
O laboratório português de pesquisa colaborativa, que procura melhorar a aquacultura e fazer a ponte entre a academia, as empresas e a indústria, salientou ainda que o projeto vai beneficiar da colaboração de longa data entre o instituto norueguês e alguns associados do S2AQUAcoLAB.
O projeto tem início esta semana com uma deslocação de membros do laboratório a Bergen, na Noruega, onde se vão reunir com os parceiros do projeto para “discutir os próximos passos” e estabelecer “as bases para um relacionamento mais robusto e cooperativo entre as duas instituições”, adiantou a mesma fonte.
“Essa colaboração destaca o potencial da cooperação internacional na promoção da sustentabilidade e eficiência na formulação de alimentos para peixes”, conclui.
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