“Água: um Direito da Vida, por uma Gestão Sustentável” é como se intitula a segunda sessão do Fórum Cidadania do Movimento Cidadãos pelo Centro de Experimentação Agrária e Hortas Urbanas de Tavira. O evento vai decorrer online, no próximo domingo, e será transmitido pelas 18 horas, através da página de facebook da organização.
A sessão vai ser moderada por membros do movimento e conta com a intervenção de especialistas. Todos os cidadãos são convidados a assistir e a participar.
“A sessão temática foi organizada devido ao crescente interesse cidadão na problemática da água. Com a queda das últimas chuvas, muitos de nós sentimo-nos aliviados pensando que num potencial aumento da pluviosidade está a resolução do problema hídrico. Será mesmo isto verdade?”, questionam os Cidadãos pelo CEAT.
“Alguns afirmam que a falta de água no Algarve é um problema estrutural e não serão as grandes obras de engenharia que colocarão um ponto final à questão. Neste caso, a polémica encerra uma grande oportunidade: construir uma gestão dos recursos hídricos que seja deveras participativa e integrada”, afirmam em comunicado, acrescentando que “os algarvios não são meros consumidores, senão valiosos parceiros que buscam ser ouvidos e contribuintes para o encontro de soluções que devolvam por exemplo aos jovens e às gerações futuras as chances de prosperarem, face aos inúmeros desafios que encontrarão pela frente”.
Os organizadores do evento acreditam que “junto com o poder público e demais atores sociais, podemos alcançar uma diversificação da proveniência das águas que precisamos para governar as nossas necessidades. Águas superficiais, subterrâneas, pluviais e aquelas provenientes de águas residuais tratadas são adequadas, cada uma, para uma finalidade diferente e devem ser vistas como complementares e integrantes de um único sistema. Afinal, a nossa água é uma só, mas ela merece ser utilizada da forma mais inteligente possível”. Consideram ainda que “transparência nos consumos e nos valores das perdas de água da rede é necessária para um consumo mais estratégico que leve a uma harmonia entre os diferentes setores económicos – nomeadamente a agricultura com 56,8% dos consumos, o setor urbano com 34%, além dos setores do turismo/golfes e indústria”.
“Finalmente, é necessário lembrar que a água é um direito de todas as formas de vida. Precisamos contribuir para a saúde dos ecossistemas que prestam valiosos serviços dos quais todos os seres vivos usufruem, entre eles a filtragem da água, abastecimento de aquíferos e biorremediação de águas contaminadas”, destacam
“Estes são valiosos stakeholders que devem ser regenerados e incorporados no planeamento urbano, afim de tornar as nossas cidades sensíveis à água, bem como resilientes a eventos climáticos. Com isto, convidamos todos a construir um ambiente de conversa para descobrirmos qual é o Algarve que queremos sustentar”, concluem os Cidadãos pelo CEAT e Hortas Urbanas de Tavira.