O ciclista recordista do mundo em resistência sobre bicicleta, Carlos Vieira, morreu esta terça-feira no hospital de Leiria, onde foi hospitalizado há dias após de um diagnóstico positivo para a covid-19, anunciou a família.
O “bombeiro-ciclista”, como era conhecido devido à sua atividade profissional e desportiva, estava debilitado devido a complicações de saúde que o fragilizaram nos últimos anos, e não resistiu ao contágio com o novo coronavírus, falecendo esta terça-feira.
Carlos Vieira ganhou fama em 1983, ao bater o recorde do mundo de resistência em bicicleta: durante 191 horas pedalou sem parar, perfazendo quase três mil quilómetros no antigo Estádio Municipal de Leiria.
Em 1990 Carlos Vieira fixou novo recorde do Guinness de resistência em bicicleta, mas sobre rolos, marca realizada em New Jersey, nos Estados Unidos da América.
CARLOS VIEIRA CHEGOU A SER RECEBIDO PELOS PAPAS JÃO PAULO II E FRANCISCO
Novamente em Leiria, em 2014, pedalou 15 horas e 14 minutos sobre rolos em cima de um carro de bombeiros e, em 2018, garantiu novo recorde, guiando a bicicleta durante oito horas apenas com uma mão.
Religioso convicto, Carlos Vieira realizou ainda ligações entre Leiria e o Vaticano de bicicleta, sendo recebido pelos papas João Paulo II e Francisco.
Antes disso, enquanto ciclista de estrada, competiu por vários clubes, tendo representado ao longo da carreira o FC Alverca, Sporting Clube de Portugal, Flores do Lis, GD Cela, Bairro dos Anjos, Núcleo Sportinguista de Leiria, Casa do Benfica de Leiria e União de Ciclismo de Leiria.
Em nota ontem divulgada, o município de Leiria manifesta “profundo pesar” pela morte de Carlos Vieira. O presidente da autarquia considera que o concelho fica “mais pobre com a partida de um membro muito querido”.
“Carlos Vieira foi um cidadão exemplar e um grande embaixador de Leiria. Seja como bombeiro, seja como grande campeão que era, projetou, como poucos, a imagem de Leiria por todo o mundo. Onde quer que fosse, Carlos Vieira falava sempre com grande orgulho da sua cidade, Leiria”, afirma Gonçalo Lopes.