Apenas três denúncias chegaram às dioceses portuguesas, dois anos depois da criação da Comissão para a Proteção de Menores pela Igreja Católica. As três denúncias registadas em Portugal remetem para as dioceses de Braga e Bragança-Miranda. A falta de divulgação da comissão é um dos motivos apresentados como explicação para as poucas denúncias existentes.
“A falta de denúncias é proporcional à falta de divulgação da existência das comissões e ao receio das vítimas em expor-se e em tornar público que sofreram”, explica ao “Jornal de Notícias” uma especialista em Psicologia da Justiça, docente da Universidade do Minho, Marlene Matos. “A falta de crédito na instituição e nas pessoas que a compõem pode levar a que as vítimas não denunciem e prefiram levar o caso a tribunal”, conclui.
O bispo auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar, esclarece, no entanto, que “o facto de não haver denúncias não quer dizer que não haja nada”. “Significa apenas que nada nos foi comunicado.” Algumas dioceses e organizações católicas espalhadas pelo mundo faliram, depois de indemnizarem as vítimas.
Das três denúncias, duas foram feitas em Braga, apesar de não terem dado origem a qualquer investigação, uma vez que tinham ocorrido há mais de 30 anos e estão “jurídica e canonicamente prescritas”.
Em Bragança, a queixa parte de um rapaz de 17 anos que terá sofrido abusos por parte de um sacerdote.
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