O chefe da delegação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em Albufeira, detido na quinta-feira por suspeitas de corrupção, foi suspenso de funções, proibido de contactar estrangeiros e sujeito a apresentações diárias na GNR, disse fonte policial.
A aplicação das medidas de coacção foi feita hoje pelo Tribunal de Faro, no final do primeiro interrogatório judicial ao detido, Joaquim Patrício, de 56 anos, que chefiava a delegação de Albufeira do SEF e, de acordo com a Polícia Judiciária, recebia “presumivelmente quantias monetárias de estrangeiros para a concessão de autorização de residência em Portugal”.
O arguido foi detido pela Polícia Judiciária na quinta-feira de manhã e recolheu ao Estabelecimento Prisional de Faro, tendo sido ouvido durante a tarde por um juiz de instrução do Tribunal de Faro, que não considerou necessária a aplicação da medida de coacção mais gravosa prevista, a prisão preventiva.
A investigação teve por base uma participação do próprio SEF, “entidade que colaborou estreitamente com a Polícia Judiciária no decorrer de todas as diligências”, referiu a PJ em comunicado divulgado na quinta-feira.
A detenção foi feita através da directoria do sul e em cumprimento de mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Faro.
Contactado pela Lusa, o presidente do sindicato que representa os inspectores do SEF, Acácio Pereira, referiu que neste âmbito é “fundamental a presunção de inocência”, frisando que não compactua com qualquer “tipo de ilícitos” e que se “deve averiguar [a suspeita] até ao mais ínfimo pormenor”.