Chama-se central fotovoltaica de Santas, é promovida pela empresa Akuo Renováveis Portugal, e acaba de entrar em licenciamento ambiental, avança o Expresso.
– POR MIGUEL PRADO
Ficará marcada na história do sector energético nacional como a central solar com o mais baixo preço de venda de energia, depois de em 2019 a Akuo ter ganho o respetivo lote com um preço que correu mundo: 14,76 euros por megawatt hora (MWh), um recorde global para centrais fotovoltaicas. Esse recorde seria batido meses mais tarde por um projeto no Dubai por menos de meio cêntimo de diferença.
A nova central da Akuo terá uma potência de ligação à rede de 150 megawatts (MW), sendo a capacidade instalada total de 180 MW, correspondendo ao maior lote arrematado pela Akuo no leilão de julho de 2019. Nesse lote a empresa de origem francesa fez um desconto de 67% face ao preço-base da licitação (45 euros por MWh), para assegurar o direito a construir esta central solar e a receber, durante 15 anos, a tarifa de 14,76 euros.
Nesse leilão a Akuo assegurou outros dois lotes, de 120 MW e de 100 MW, mas com preços de venda de energia ligeiramente mais altos, de 20,7 euros por MWh e de 19,8 euros por MWh, respetivamente.
A central fotovoltaica de Santas será construída no Alentejo, ocupando mais de 350 hectares, distribuídos entre os concelhos de Monforte e Borba, nas herdades de Santas e da Penuzinha.
O processo de licenciamento ambiental, que acaba de entrar em consulta pública, mostra que a central terá um total de 444 mil painéis fotovoltaicos (de 405 watts cada), com a tecnologia bifacial: os módulos receberão a maior parte da energia da parte diretamente exposta ao sol, mas também produzirão eletricidade na superfície traseira com a radiação indireta e difusa refletida pelo solo.
A Akuo estima realizar neste projeto um investimento de 100 milhões de euros, já incluindo a central solar e a linha de ligação à rede em muito alta tensão.
O leilão solar realizado em Portugal em 2019 adjudicou quase 1300 MW de futura capacidade fotovoltaica, com um preço médio de venda de energia em torno de 20 euros por MWh (menos de metade do preço-base da licitação, que era de 45 euros por MWh).
Além dos 370 MW da Akuo, outras empresas asseguraram lotes com dimensão relevante, como foi o caso da Iberdrola, que ganhou o direito a construir 149 MW, e a Aurapower, com 168 MW.
Esta segunda e terça-feira decorre o segundo leilão solar, para adjudicar outros 700 MW de futura capacidade fotovoltaica em Portugal, noticia o Expresso.