A defesa de Maria Davidashwili, uma das jovens acusadas de matar e esquartejar um rapaz para lhe roubar 70 mil euros da indemnização pela morte da mãe, pediu esta segunda-feira ao Tribunal de Portimão que compare o ADN recolhido em três beatas encontradas no carro da vítima com o perfil genético dos inspetores da PJ que investigaram o caso. “Somente após a diligência efetuada podemos aceitar (…) que não haja um terceiro individuo envolvido”, diz o requerimento que entrou no tribunal.
O carro, um Mercedes que a vítima conduzia habitualmente, terá, segundo a acusação, servido para transportar o corpo de Diogo Gonçalves para a garagem onde foi esquartejado e depois para as imediações do Farol do Cabo de São Vicente, onde foi deitado ao mar. Tendo em conta que será improvável que o ADN seja de um polícia, o passo seguinte será perceber se os vestígios de ADN são de algum amigo ou familiar que costumasse andar no carro de Diogo Gonçalves ou se houve mesmo um terceiro envolvido que nunca foi referido pelas duas suspeitas.
A defesa já tinha feito um pedido semelhante depois de saber que o ADN de homem desconhecido foi encontrado numa arma usada para esquartejar o corpo da vítima. Os resultados do exame laboratorial só chegaram ao tribunal no dia marcado para as alegações finais do Ministério Público e da defesa das duas arguidas.
Maria Malveiro Davidashwili e Mariana Fonseca, de 20 e 24 anos, confessaram ter drogado e matado Diogo Gonçalves, de 21, para lhe roubar o dinheiro que tinha recebido pelo atropelamento fatal da mãe. Já durante o julgamento, as ex-namoradas mudaram as versões e culparam-se uma à outra pelo crime. Mas nunca falaram de um terceiro envolvido e contaram sempre que fizeram tudo sozinhas.
Diogo Gonçalves morreu em março de 2020 e, quando foram detidas, cerca de uma semana depois, as arguidas confessaram ter-se inspirado na série Dexter para cometer o homicídio e ocultar o cadáver.
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