Um casal da Batalha, distrito de Leiria, é suspeito de burlar cerca de 100 famílias por todo o país, causando um total de 50 mil euros de prejuízo. Os suspeitos faziam as vítimas acreditar que estavam a alugar casas à beira-mar no Algarve, assegurando assim as suas férias. Na realidade, as fotografias utilizadas nos anúncios dos burlões pertenciam a sites de imobiliárias.
Os suspeitos de 30 anos, Sérgio Silva e Tânia Tomé, foram detidos no seu local de residência, na passada quinta-feira, 12 de Abril, pela Polícia Judiciária de Leiria. A detenção ocorreu no âmbito de um processo de Lisboa, com o objectivo de se interrogar o casal em tribunal. Segundo o que uma fonte judicial revelou ao Correio da Manhã, o suspeito já tem “inúmeras condenações por burla e vários processos a decorrer”, nomeadamente um com julgamento já no mês de Maio.
As propriedades apresentadas pelos burlões eram reais, mas não perteciam aos suspeitos, estavam apenas disponíveis em anúncios de imobiliárias encontrados facilmente na internet em plataformas como o OLX. O casal utilizava essas fotografias e publicava os seus próprios anúncios online. Posteriormente, criavam contas falsas nas redes sociais de maneira a conseguirem contactar com as vítimas. Em mensagens privadas, persuadiam os supostos clientes a fazerem depósitos bancários no valor do sinal do arrendamento da propriedade.
As queixas mais antigas remontam ao ano de 2015. Exemplo disso é uma vivenda na praia dos Olhos de Água em Albufeira que fez parte da burla. A vítima, de Vila Nova de Gaia, chegou a pagar 450 euros pela habitação, contudo, nunca lhe foi dada a chave da mesma. Outro exemplo é uma vivenda com piscina na Nazaré, que fora arrendada supostamente para a passagem de ano, mas que afinal de contas está à venda no site de uma imobiliária.
Os números de telemóvel, os e-mails e os perfis das redes sociais eram eliminados pelo casal, após as vítimas se aperceberem da burla. Contudo, os suspeitos utilizavam várias contas bancárias, algumas de familiares, o que possibilitou às autoridades fazerem a ligação entre as burlas e as vítimas que apresentaram queixa.
Ainda segundo o mesmo jornal, há queixas em várias esquadras da PSP e postos da GNR que estão a ser analisadas para se juntarem ao processo.
(Maria Simiris / Henrique Dias Freire)