O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu um comunicado, esta quinta-feira, onde adianta que a caravela-portuguesa voltou à costa dos Açores e dePortugal continental”, enumerando ainda o que os cidadãos deverão fazer em caso de avistamento.
“O número de avistamentos de caravela-portuguesa comunicados ao GelAvista tem vindo a aumentar nos últimos dias nos Açores, mas também no continente, onde se verificam ocorrências desde a Póvoa de Varzim à Costa da Caparica”. Foram registadas observações de mais de mil organismos no referido arquipélago e mais de uma centena na área de Peniche”, refere o mesmo comunicado.
O IPMA avisa que esta é a espécie mais perigosa de gelatinosos que ocorre no país e para que as pessoas não toquem e informem todos os que se encontrarem nas imediações.
Se por ventura entrar em contacto com alguma comece por lavar a zona afetada cuidadosamente com água do mar sem esfregar, remova então possíveis vestígios da pele com uma pinça e aplique compressas quentes a 40ºC durante 20 minutos ou vinagre sem diluir. Por fim, dependendo da gravidade da situação, procure um profissional de saúde”.
“Só com a colaboração de todos será possível saber a área de ocorrência e estimar a abundância desta e de outras espécies, assim como conhecer melhor os seus padrões de distribuição sazonal e espacial”. Poderá participar na monitorização de gelatinosos em Portugal alertando através da aplicação GelAvista ou enviando um e-mail para [email protected].
Relato de uma popular:
“Hoje [terça-feira] troquei a hora de almoço por uma caminhada à beira-mar na Costa de Caparica. Ia eu acelerada, de saco na mão para apanhar o habitual plástico na orla, quando vi um tentáculo do que me pareceu ser de uma caravela portuguesa. Uns metros a seguir, descubro outra inteira, a mexer, mesmo ali no areal, com dezenas de pessoas a passarem por ela sem a verem. Não só a praia estava cheia, como havia imensos miúdos da eco-escola a apanhar lixo e isso preocupou-me”, refere a mulher.
Preocupada “liguei de imediato à Autoridade Maritima e foram super rápidos e eficientes. Pediram-me que a fotografasse, lhes mandasse por WhatsApp e mandaram logo uma equipa ter comigo. Mais à frente, no espaço de 1h, descobrimos mais 4. A água está quente e parece haver umas correntes dos Açores que as estão a trazer”.
“A água está quente e parece haver umas correntes dos Açores que as estão a trazer. Se as virem a flutuar, saiam da água e se as encontrarem no areal nunca lhes toquem. Avisem as autoridades marítimas (basta irem ao Google que descobrem o contacto de onde estiverem). Cuidado sobretudo com os tentáculos que podem atingir os 30 metros, porque embora lindas, são muito venenosas e as picadas fazem queimaduras tremendas, que podem chegar ao 3° grau”, finaliza.