O cancro da mama é aquele que mais ataca as mulheres portuguesas, com uma taxa bruta de 118,5 casos em cada 100 mil habitantes, de acordo com os dados do mais recente estudo da Direcção-Geral da Saúde, ‘Portugal – Doenças Oncológicas em Números 2015’, que divulga os dados mais recentes nesta matéria em Portugal relativos a 2010.
Portugal e a Europa em comparação
Em comparação com os dados europeus, Portugal encontra-se numa posição confortável, em termos de mortalidade, relativamente a este tipo de cancro, e apresenta-se no primeiro quartil com uma das mortalidades mais baixas da União Europeia.
No entanto, e apesar do Serviço Nacional de Saúde ter vindo a conseguir responder às necessidades dos doentes, com o aumento da produção cirúrgica e dos tratamentos oncológicos, o estudo da DGS revela que, em 2014, 30,4 casos mortais por cada 100 mil habitantes resultaram num total de 1.660 mortes no país. Um número que revela um ligeiro aumento quando comparado com 2013, com 1.640 mortes, mas uma descida considerável se for comparado com o ano de 2012, em que registaram 1.752 mortes por cada 100 mil habitantes.
O retrato do cancro da mama em números no Algarve
No Algarve e em 2014 morreram de cancro da mama 74 mulheres, o número de óbitos mais baixo do continente. Quanto à taxa de mortalidade padronizada para todas as idades, o Algarve registou em 2014 face a 2012 um comportamento positivo cifrado em 20,2 óbitos por cada 100 mil habitantes em 2014, contra 25 óbitos em 2012. Neste indicador a região tem a terceira taxa de mortalidade padronizada mais baixa do país.
Os rastreios no Algarve:
- Início em 2005 (a cada dois anos);
- Cinco rastreios completos (decorre o sexto);
- Taxa de adesão regional de 62% nos últimos dois rastreios.
Sotavento algarvio regista maior taxa de adesão ao rastreio do cancro da mama
A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes no que toca ao cancro da mama encontra-se estabilizada no país, em grande parte devido aos programas de rastreio existentes, embora haja ainda alguma discrepância relativamente ao número de adesões e ao número de chamadas para o exame.
No Algarve, segundo os últimos dados disponíveis, referentes a 2014, a taxa de adesão ao rastreio do cancro da mama segue o padrão nacional, verificando-se uma maior adesão (relação entre as mulheres convidadas a fazer o rastreio e as que efectivamente o realizam) no sotavento algarvio, com 71,8%, seguido do barlavento (com 66,5%) e da zona central (62,5%). É preciso apostar na prevenção e o novo equipamento para rastreio do cancro da mama da Associação Oncológica do Algarve é mais um grande passo para a mudança do paradigma actual da região.
Os resultados do último rastreio no Algarve:
- 3,77 cancros detectados por cada mil mamografias;
- 22% das mamografias suspeitas são casos positivos confirmados;
- 95,3% das suspeitas na consulta de aferição são casos positivos confirmados.
Nota: As consultas de aferição seguem-se aos resultados positivos na análise das mamografias realizadas e destinam-se à confirmação dos mesmos.
Dados: ARS – Algarve
(Cátia Marcelino / Henrique Dias Freire)