Os ativistas climáticos do movimento Rebelião ou Extinção taparam com cimento vários buracos no campo de golfe do Club de Campo Villa de Madrid, onde arranca esta quinta-feira o torneio europeu Open de Espanha.
A ação serviu para denunciar o “desperdício de água” em período de seca.
Membros deste movimento social centrado na luta contra a crise climática mobilizaram-se nas primeiras horas da manhã de esta quinta-feira para sabotar três buracos do campo de golfe de Madrid, onde colocaram uma faixa onde se podia ler “este buraco engoliu hoje 100.000 litros de água”.
Com esta iniciativa, os ativistas quiseram salientar “a irresponsabilidade e o cinismo de uma elite que nem sequer foi capaz de tomar a iniciativa, no verão mais quente de que há registo, segundo a Agência Estatal de Meteorologia, de renunciar a algo como regar os seus campos de golfe”, explicaram em declarações à agência de notícias Efe.
O protesto segue os passos de um outro grupo que em agosto encheu os buracos de vários campos de golfe em França, também com cimento, com o mesmo objetivo.
“Em Espanha, 437 campos de golfe são irrigados todos os dias“, dizem os ativistas, que salientam que o número “representa um consumo de água superior ao das populações de Madrid e Barcelona juntas, para um entretenimento desfrutado por apenas 0,6% da população”.
O protesto surge no contexto da pior seca registada na Europa nos últimos 500 anos e que afetou particularmente a Espanha, onde algumas comunidades autónomas aplicaram este verão restrições à utilização da água e onde a reserva de água, agora a 31,9% da sua capacidade, continua a diminuir.
O grupo, cujas principais exigências incluem a democratização da tomada de decisões sobre a ação climática através de assembleias de cidadãos, exigiu um referendo “para que os cidadãos possam tomar o controlo da água e decidir se querem proibir o golfe em Espanha, para proteger as reservas de água com um sacrifício mínimo”.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL, com Lusa