A Câmara de Loulé vai investir cerca de um milhão de euros num programa de estímulo ao comércio local, serviços e restauração, que poderá gerar um volume de negócios de cinco milhões de euros, foi hoje anunciado pelo município.
O programa, denominado “Toma Lá Dá Cá”, entra em vigor em 19 de março e visa incentivar o comércio das micro e pequenas empresas durante o período de desconfinamento da pandemia de covid-19, através da atribuição de descontos diretos ou vales de desconto aos consumidores por compras realizadas nos estabelecimentos aderentes, explicou o vice-presidente da autarquia, Pedro Pimpão, na apresentação da iniciativa.
Ao fazer uma compra, o consumidor obtém logo um desconto direto, cujo valor varia consoante o preço da compra, e um vale de desconto, que pode depois “ser utilizado nos outros negócios que adiram à iniciativa”, precisou o autarca.
Com uma compra de 10 euros, será atribuído um desconto direto de 2,5 euros e um vale de outros 2,5 euros, enquanto um gasto de 25 euros permite ter desconto direto e vale de 7,5 euros cada, exemplificou Pedro Pimpão.
Ainda segundo Pedro Pimpão, o programa é regulado através de um protocolo assinado hoje e celebrado para o efeito entre a autarquia e a Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) e da Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA).
“Consideramos que o comércio local é aquele que deve ter uma atenção redobrada por parte de uma autarquia, é por isso que nos cingimos àquilo que é apoio ao pequeno comércio, ao microempresário, com um microconsumo replicativo, e que vai gerar, a nosso ver, uma dinâmica das cidades com esta campanha de estímulo”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Loulé, apelando à manutenção de todas as medidas de segurança nesta fase para evitar retrocessos na pandemia.
Após a assinatura do protocolo, Paulo Alentejano, presidente da ACRAL, considerou ser “uma honra” a associação que dirige estar “associada a este tipo de iniciativa”.
Pedro Alentejano disse ainda que o programa é “fundamental, neste momento que se atravessa, para ajudar o comércio, os serviços, os restaurantes e todos os empresários, mas também as pessoas”, porque permite ajudar famílias afetadas pelos efeitos da pandemia na economia e no emprego.
O responsável recordou que o Algarve tem “uma grande dependência do turismo” e uma situação económica “mais grave do que o resto do país”, enaltecendo as “dinâmicas” da iniciativa, que “podem gerar quase cinco milhões de euros [de volume de negócios]” e “são uma boa notícia para as pessoas e as empresas”.
Vítor Neto, presidente da NERA, acrescentou que a iniciativa hoje lançada “é espetacular e importantíssima” tendo em conta a crise “muito grave” que afeta o Algarve “há um ano”, devido aos efeitos da pandemia na atividade turística, que trouxe uma “degradação da situação económica e social da região”.
“Isto é integrar na economia do Algarve [no concelho de Loulé] cerca de um milhão de euros, que se podem transformar em cerca de cinco milhões de atividade económica, beneficiando consumidores, estimulando psicologicamente a sua intervenção, e apoiando os empresários, que podem ter um elemento de confiança e esperança no futuro”, afirmou o presidente do NERA.
A encerrar a sessão, o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, classificou o projeto como “de grande importância para os meses vindouros da economia de Loulé” e agradeceu o trabalho realizado pela sua equipa económica com os parceiros associativos e as empresas para tornar possível este projeto.