A Câmara de Faro está a estudar a substituição das palmeiras arrasadas pela praga do escaravelho por coqueiros ou outras árvores, para evitar a descaracterização dos espaços públicos, operação que o presidente admite poder demorar anos até estar concluída.
A Praça de Tânger foi a primeira a receber coqueiros, doados à autarquia por um particular, operação que o presidente da autarquia, Rogério Bacalhau, considera que decorreu “com sucesso”, uma vez que a espécie demonstrou boa adaptação, estando por isso em estudo a possibilidade de usar coqueiros para um arranjo mais aprofundado do parque ornamental do concelho.
“O nosso objectivo é, ao longo do tempo, ir recuperando praças, colocando coqueiros, palmeiras ou outro tipo de árvores, voltando a colocar lá esses elementos”, disse à Lusa Rogério Bacalhau, admitindo que este é um trabalho para ser feito “ao longo dos próximos anos”, porque foi “um desgaste muito grande” em todo o concelho.
Abatidas 45 palmeiras durante o ano passado
Durante o ano passado foram abatidas na cidade 45 palmeiras, com especial incidência na praça onde já foram colocados os coqueiros, na Rua Francisco Xavier Guedelha, onde foram retiradas 12 palmeiras (na freguesia do Montenegro), na Praça Dom Marcelino Franco, no Largo António de Paula Mendonça e nas ruas Alexandre Herculano e Manuel Belmarço, na baixa da cidade.
Este ano também já tiveram que ser retiradas palmeiras de locais emblemáticos da cidade, a maioria das quais na Avenida Calouste Gulbenkian, à entrada de Faro, embora, segundo a autarquia, seja necessário avaliar a eventual necessidade de abate noutros locais, como o Bom João, Alto de Santo António, Avenida Adelino Palma Carlos e Alameda João de Deus.
Embora a autarquia não consiga quantificar com exactidão os gastos com o abate de palmeiras desde o início da praga, estima que as operações terão custado 42 mil euros (em 2009, 2010 2013 e 2014), embora tenham também sido investidos cerca de 10 mil em tratamentos (efectuados apenas nos últimos meses de 2008 e em 2009).
Contudo, os gastos podem ser superiores, pois segundo Rogério Bacalhau foi despendido muito dinheiro em horas extraordinárias, porque a situação “era grave” e era preciso retirar com urgência algumas palmeiras que podiam cair, além do facto de a entrega das árvores abatidas à empresa que trata da valorização e tratamento de resíduos sólidos serem pagas ao quilo.
A autarquia faz igualmente um apelo aos particulares para que procedam aos tratamentos preventivos e removam as palmeiras mortas, para que estas não sejam um foco de infestação para os exemplares que se encontram próximos e que ainda se encontrem saudáveis.
Na Avenida Calouste Gulbenkian, à entrada da cidade, junto a alguns dos locais onde existiam palmeiras, estão agora instalações artísticas, um projecto da Associação Internacional de Arte Peace and Art Society (PAS), com sede em Faro.
(Agência Lusa)