O presidente da Câmara de Alcoutim apelou hoje à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sota-vento Algarvio para reconsiderar a decisão de encerrar parcialmente as agências da sede de concelho e de Martim Longo, a partir de segunda-feira.
A decisão foi anunciada pela administração da instituição bancária algarvia e justificada com uma “análise de rentabilidade” e a “escassez de pessoal disponível”, mas o presidente da Câmara, Paulo Paulino, espera que a medida seja revertida, evitando que a população do concelho, maioritariamente envelhecida, fique sem atendimento os cinco dias da semana.
“Tive conhecimento de que a Caixa Agrícola pretendia encerrar parcialmente as agências de Alcoutim e Martim Longo, garantindo o funcionamento cinco dias por semanas do serviço no concelho: três na agência de Martim Longo [segunda, quarta e sexta-feira] e dois [terça e quinta-feira] na agência de Alcoutim”, lamentou Paulo Paulino, em declarações à agência Lusa.
O autarca disse que, após conhecer o anúncio da entidade, se reuniu com a administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio para “sensibilizá-los para reverterem a situação, dadas as características do território e as características da população, que é uma população envelhecida”.
Aquele responsável lembrou que essa “foi uma das primeiras agências bancárias a instalar-se no concelho” e muita gente, sobretudo na zona de Martim Longo, está “completamente dependente” desse banco.
“E, dado tratar-se de pessoas de mais idade, privilegiam imenso o contacto pessoal, em detrimento das novas tecnologias”, acrescentou o presidente da autarquia situada no sotavento (leste) algarvio e uma das mais afetadas pela desertificação e envelhecimento populacional na região.
A administração bancária justificou a decisão com a atividade existente nas agências e com a dificuldade em encontrar recursos humanos, tendo a Câmara manifestado a sua disponibilidade para “ajudar, colaborar e encontrar soluções para reverter a questão”, acrescentou.
“Dizem que neste momento não, porque não têm recursos humanos – isto coincide também com a saída de um dos recursos humanos do banco – e dizem que irão ver como as coisas evoluem no futuro e não descartam a possibilidade de vir a abrir mais tarde o banco”, adiantou o presidente da Câmara do distrito de Faro.
Essa reabertura fica a depender da atividade comercial e da resolução dos problemas de recursos humanos, mas “se houver uma evolução positiva não descartam a possibilidade de reverter a situação”, disse ainda Paulo Paulino, reconhecendo que a sua experiência mostra que, depois de fechar serviços, as entidades raramente voltam atrás na decisão.
“Os compromissos assumidos pelo banco relativamente aos seus clientes foram colocar equipamentos ATM que permitam realizar depósitos nas duas agências, tanto em Alcoutim como em Martim Longo, facilitando desta forma a atividade. Sim, é uma ajuda, mas o que pretendíamos era manter as agencias abertas cinco dias por semana”, disse.
Pulo Paulino garantiu, contudo, que a Câmara de Alcoutim irá continuar a pugnar junto da instituição bancária pela reabertura das duas agências bancárias todos os dias da semana.
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