Os caloiros da Universidade do Algarve foram este ano, uma vez mais, baptizados com um banho de água assegurado por uma viatura dos Bombeiros Sapadores de Faro, no Largo de São Francisco.
À chegada ao local do baptismo os caloiros da academia algarvia quebraram pela primeira vez o timbre pesado do desfile académico, onde a tónica foi o silêncio, em sinal de luto face à proibição imposta pela reitoria de consumo de álcool e das tradicionais formas de praxe existentes durante os desfiles desde sempre na Universidade do Algarve.
Foi trajados a rigor, na sua grande maioria – por oposição ao tradicional desfile marcado por uma indumentária a mostrar que haviam sido praxados – e num silêncio impressionante, que os caloiros percorreram a cidade.
A verdade é que o desfile em vez da alegria e animação e porque não dizê-lo, do mau-cheiro, do álcool e de alguns excessos de outros anos, o desfile mais pareceu um cortejo fúnebre e era exactamente isso que a Associação Académica da Universidade do Algarve desejava, como forma de dar nota do desagrado dos estudantes e da associação face ao despacho reitoral que proibiu o álcool e as práticas típicas do desfile de caloiros.
Até um caixão os alunos trouxeram à rua como forma de vincar a mensagem de repúdio que deixam à Reitoria a que preside António Branco, que não comenta o assunto desde a emissão do despacho reitoral proibitivo, num silencio que pretende impor a vontade da reitoria sem dar aso a quaisquer discussões.
Ao chegar ao Largo de São Francisco o presidente da Associação Académica da UAlg Rodrigo Teixeira disse-se arrepiado com a força do protesto que os estudantes levaram a cabo.
Esta noite voltam as praxes e o álcool como sempre típicos das emanas do caloiro e a manter a tradição que a proibição do reitor não quebrou nos últimos dias em toda a cidade. Os estudantes diziam hoje a plenos pulmões no Largo de São Francisco que “A Universidade somos nós! A UAlg é nossa!” e por estes dias isso ninguém lhes tira, com ou sem proibições.
Sem incidentes até ao momento dignos de relevo a proibição reitoral vale o que vale e os estudantes esses sim podem em cada momento mostrar maior ou menor civilidade nas praxes, a bem deles e dos caloiros e abem da Universidade do Algarve.